Ferido com 5 tiros, jogador está na UTI e hospital pede doação de sangue
Fabio Alcaraz participava de churrasco na casa do comerciante Celso Maldonado Duarte, o “Maracanã”, executado com 35 tiros
É grave o estado de saúde do jogador de futsal Fabio Anibal Alcaraz Arguello, o Cacho, 38, ferido com cinco tiros de pistola e fuzil na noite de ontem (28) em Capitán Bado, cidade paraguaia vizinha de Coronel Sapucaia, a 400 km de Campo Grande. Ele levou quatro disparos no peito e um tiro de fuzil 5.56 na perna, que destroçou seu joelho esquerdo.
Ele está na UTI do hospital particular Vida Vida, em Pedro Juan Caballero. O hospital pediu nesta manhã doação de sangue para o atleta. O irmão dele, David Alcaraz, disse à rádio Oásis FM que o quadro é grave e as próximas 24 horas serão determinantes para a sobrevivência do jogador.
Ídolo nacional e campeão mundial de futsal pela seleção paraguaia em 2003, Cacho joga atualmente pelo time do departamento (equivalente a estado) de Amambay. Na noite de ontem, a equipe dele enfrentou o time local pelas eliminatórias do campeonato nacional de futsal. O jogo terminou em 0 a 0.
Após o jogo, Fabio Alcaraz foi convidado para um churrasco na casa do comerciante Celso Maldonado Duarte, 46, o “Maracanã”, a 50 metros da poliesportiva onde ocorreu a partida. Os dois eram amigos, segundo apurou o Campo Grande News. Outras pessoas também estavam na confraternização.
Por volta de 22h, pelo menos quatro homens armados com pistolas 9 milímetros e fuzis 5.56 e 7.62 invadiram a casa e começaram a atirar. Principal alvo dos pistoleiros, Celso Duarte foi executado com pelo menos 35 disparos na frente dos convidados.
Além de Fabio Alcaraz, os tiros atingiram também a sul-mato-grossense Gesica Nunes Arévalos, 25, moradora em Coronel Sapucaia. Ela morreu na madrugada de hoje.
Os paraguaios Diego Peralta Carneiro, 26, Luiz Doldan, 35, e Mauricio Escobar Maldonado, 25, foram atingidos de raspão nos braços e nas pernas. Eles já receberam alta.
O chefe da Polícia Nacional em Capitán Bado, Alexander Mendez, disse ao jornal ABC Color que as imagens de câmeras de segurança confirmam que o alvo era o dono da casa. Segundo ele, Celso Maldonado era bastante conhecido na região, era considerado “amável e tranquilo” e não tinha antecedentes criminais.
Entretanto, a principal suspeita é de que o atentado tenha ligação com a guerra travada na fronteira pelo controle do tráfico de drogas e de armas.
