Gasolina paraguaia a R$ 2,70 lota postos de Pedro Juan Caballero
Postos de Ponta Porã sofrem com concorrência; gerente diz que consumidor abastece o carro com qualquer combustível
Combustível até 40% mais barato no lado paraguaio está “matando” o movimento de postos de Ponta Porã, cidade a 323 km de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai. Após a mais recente alta autorizada pela Petrobras, a gasolina comum se aproxima dos R$ 3,90 na cidade sul-mato-grossense, mas basta atravessar a imaginária Linha Internacional para encher o tanque por R$ 2,70.
Nesta sexta-feira (24), o movimento de carros era intenso no posto de combustíveis ao lado do Fortis Atacadista, a maioria com placa brasileira. Além da gasolina “econômica aditivada” por R$ 2,70, o posto vende álcool por R$ 2,52, gasolina especial aditivada por R$ 3,30 e diesel por R$ 2,73.
Até 40% mais cara – Em um posto localizado na Avenida Brasil, em Ponta Porã, a gasolina comum é vendida por R$ 3,89, o etanol por R$ 3,09 e o diesel comum por R$ 3,59. A maior diferença é na gasolina, que chega a 40%. No álcool gira em torno de 25% e o diesel brasileiro é 30% mais caro que no lado paraguaio.
Enquanto em Ponta Porã são necessários R$ 210 para encher um tanque de 54 litros – tamanho do tanque da maioria dos carros populares da atualidade – em Pedro Juan Caballero o consumidor desembolsa R$ 145 para um abastecimento total.
O gerente de um posto no centro de Ponta Porã disse hoje ao Campo Grande News que após a mais recente alta o movimento nos estabelecimentos do lado brasileiro despencou.
“Esse mês de novembro tem sido terrível para nós. Até moradores de cidades da região, como Dourados, vêm aos shoppings no Paraguai e aproveitam para encher o tanque”. Em Dourados, a gasolina comum custa em média R$ 4,23, segundo o Procon.
Sem qualidade – Entretanto, o gerente afirma que os consumidores não levam em conta a baixa qualidade dos combustíveis vendidos no Paraguai. “Não tem nenhum controle de qualidade”.
Segundo o gerente, que pediu para não ter o nome divulgado, o grande problema é a “gasolina econômica”, a pior de todas, afirmou. “Os combustíveis comuns e aditivados deles chegam a ser até mais caros que os nossos. A mídia toda fala da vantagem de abastecer do outro lado, mas ninguém fala que só essa gasolina econômica, que é a pior de todas, é de fato mais barata”.