Homens acusados de ligação com ex-major Carvalho são absolvidos
Pilotos haviam sido condenados, mas TRF reformou sentença
Dois denunciados nas operações Cavok e Enterprise e condenados em 1º grau pela Justiça Federal de Ponta Porã, distante 323 quilômetros de Campo Grande, por ligação com os narcotraficantes Fernandinho Beira-Mar e Major Carvalho, ex-oficial da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), foram absolvidos pelo TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região).
Ex-funcionários do aeroporto de Ponta Porã, eles haviam sido condenados em 1º grau a 12 anos e 10 meses de prisão por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Mas foram absolvidos por falta de provas. Um deles Denis Batista Lolli Ghetti teve apenas a condenação por associação ao tráfico mantida, mas a pena foi reduzida para 4 anos e 1 mês de reclusão em regime inicial aberto e 536 dias-multa.
Em 1º grau, o piloto de avião Ilmar de Souza Chaves, conhecido como "Pixoxó", também alvo das duas operações, teve a pena estipulada em 17 anos e 6 meses. Mas após apelação do MPF (Ministério Público Federal) a pena foi alterada, sendo estipulada em 20 anos e 21 dias de reclusão em regime fechado e 2.405 dias-multa, no valor unitário de 1 salário mínimo.
Investigação - Deflagrada em agosto de 2020, a Operação Cavok, coordenada pelo MPF (Ministério Público Federal) e PF (Polícia Federal), identificou vários nomes envolvidos em situações ilegais, favorecendo o crime organizado na fronteira entre o Brasil e o Paraguai.
Um exemplo do modus operandi do grupo ocorreu em novembro de 2019, quando policiais paraguaios apreenderam 130 kg de pasta base de cocaína no departamento de Amambay, fronteira com Mato Grosso do Sul. Houve troca de tiros e Ilmar fugiu do local em uma aeronave, que tinha vindo da Bolívia, ocasião em que Denis teria auxiliado Ilmar em Ponta Porã e despistado a polícia.