Piloto que carregava droga para Beira-Mar e Major Carvalho é condenado
Ilmar de Souza Chaves recebeu pena de 17 anos. Mais dois réus foram condenados junto com ele
O piloto de avião Ilmar de Souza Chaves, conhecido como "Pixoxó" e denunciado nas operações Cavok e Enterprise por ter ligação com os narcotraficantes Fernandinho Beira-Mar e Major Carvalho, foi condenado pela Justiça Federal de Ponta Porã - cidade localizada a 323 km de Campo Grande.
Mais dois nomes, denunciados na Cavok, foram também condenados por auxiliar as práticas criminosas encabeçadas pelo piloto. A pena de Ilmar foi estipulada em 17 anos e seis meses. A decisão, tomada em primeira instância, ainda é passível de recurso. Ele está preso desde agosto do ano passado.
Já os outros sentenciados pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação criminosa. Um deles pilotava aeronaves usadas no esquema ao qual Ilmar pertencia e Denis Batista Lolli Ghetti, ex-funcionário do Aeroporto Internacional de Ponta Porã.
Os dois foram condenados a 12 anos e 10 meses de prisão, sendo que Denis também penalizado por usar radiotransmissor não permitido pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Ilmar teve acrescido a sua pena a condenação por falsidade ideológica por usar informações falsas nos planos de voo.
Investigação - Deflagrada em agosto de 2020, a Operação Cavok, coordenada pelo MPF (Ministério Público Federal) e PF (Polícia Federal), identificou vários nomes envolvidos em situações ilegais, favorecendo o crime organizado na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Souza Chaves era peça-chave no esquema.
Conforme as apurações, Ilmar recebia suporte do outro piloto nos voos e ajuda em terra de Denis, que possibilitava pousos e decolagens em pistas particulares as quais tinha acesso, além do abastecimento das aeronaves usadas no tráfico.
Um exemplo do modus operandi do grupo ocorreu em novembro de 2019, quando policiais paraguaios apreenderam 130 kg de pasta base de cocaína no departamento de Amambay, fronteira com Mato Grosso do Sul. Houve troca de tiros e Ilmar fugiu do local em uma aeronave, que tinha vindo da Bolívia.
O destino dele na fuga por o Brasil, onde Denis o auxiliou a pousar em pista privada em Ponta Porã. Para tentar despistar as autoridades, foi o outro piloto quem seguiu o voo até Campo Grande, onde foi feio o reabastecimento da aeronave. Nenhum dos voos foram registrados no banco de dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Sequestro de bens - A 1ª Vara Federal também declarou o perdimento dos bens apreendidos na Cavok, quase tudo pertencente a Ilmar. Um avião Cessna, imóveis, joias, dinheiro e cabeças de gado estão na lista de apreensões.
O grupo também responde a suposta lavagem de dinheiro em ação que tramita na Justiça Federal, mas em Campo Grande. São apurados nesse processo crimes comuns, contra o sistema financeiro nacional e ocultação de bens, direitos e valores.