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Interior

Justiça nega prisão domiciliar a piloto ligado a Beira-Mar e Major Carvalho

Há décadas voando para o tráfico, Ilmar de Souza Chaves foi preso em agosto na operação Cavok

Aline dos Santos | 12/01/2021 08:19
Ilmar foi condenado por tráfico em 1997 e dez anos depois fugiu de presídio no Paraguai. 
Ilmar foi condenado por tráfico em 1997 e dez anos depois fugiu de presídio no Paraguai.

Apontado como integrante do “staff” de Fernandinho Beira-Mar e do ex-major Carvalho, o piloto Ilmar de Souza Chaves, 65 anos, teve prisão domiciliar negada pela Justiça Federal de Ponta Porã.

 Há décadas voando como piloto do tráfico, ele foi preso em 6 de agosto do ano passado na operação Cavok, da Polícia Federal. A prisão aconteceu em Goiás e, na sequência, foi transferido para a penitenciária federal de Mossoró (Rio Grande do Norte).

Ilmar teve ligação com o narcotraficante carioca Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e com o ex-major da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Sérgio Roberto de Carvalho, o “Major Carvalho”, protagonista da operação Enterprise, deflagrada em 23 de novembro pela PF.

A defesa do piloto pediu a transferência do réu do presídio federal de Mossoró para o de Brasília, que fica mais perto de Goiânia (capital de Goiás), ou a prisão domiciliar. Também é citado que o preso tem doença reumática, hipertensão e tuberculose.

No último dia 8, a Justiça Federal negou a concessão de prisão domiciliar porque não ficou “comprovado cabalmente que o preso se encontra extremamente debilitado”.  Mas foi solicitado que a penitenciária federal de Mossoró informe se o interno recebe tratamento e se já foi diagnosticado com covid-19.

Segundo a investigação da operação Cavok, há indícios de que Ilmar, mais conhecido como “Pixoxó”, dedica-se à logística do transporte aéreo de cocaína da Bolívia até propriedades rurais do Paraguai, próximas à cidade de Ponta Porã.

Assim como outros pilotos da organização criminosa, ele comunica à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) planos de voo falsos e utiliza aeronaves registradas em nome de “laranjas”.

 No ano de 1997, Ilmar Chaves foi condenado pela Justiça  Federal de Mato Grosso do Sul por atuar como piloto a serviço do narcotráfico. Em 2007, fugiu do presídio de Concepción (Paraguai), foi preso em Goiás e transferido para o sistema penitenciário de Campo Grande.

 A operação Cavok apreendeu 24 aeronaves usadas para transporte de cocaína. A sigla Cavok (Ceiling and Visibility OK) é utilizada no meio aeronáutico para definir boas condições de voo.

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