Em operação de guerra, ex-major Carvalho é entregue para a Bélgica
Após um longo processo de negociação, o ex-major foi transferido em meio a medidas de segurança reforçadas
Em aeroporto fechado e escoltado por homens com metralhadoras em punho, Sérgio Roberto de Carvalho, de 65 anos, o “Major Carvalho”, ex-oficial da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), foi transferido para a Bélgica nesta quinta-feira (15) e levado, em avião especial do Exército belga, para um dos presídios de maior segurança do país. Assista, acima, ao vídeo. Nas imagens divulgadas pelo governo belga, o rosto do ex-major foi borrado.
Preso na Hungria em junho do ano passado com documentos falsos, o ex-major, que ficou conhecido como o “Escobar Brasileiro”, era disputado também pelo Brasil e Estados Unidos, onde responde por crimes. Conforme a polícia húngara, o traficante de drogas foi entregue à Bélgica em meio a medidas de segurança reforçadas, em conformidade com os mais altos padrões de segurança, após um longo processo de negociação.
Ele foi levado da penitenciária para o Aeroporto Internacional Ferenc Liszt de Budapeste em comboio policial com escolta, algemas e cinto de segurança. Os funcionários da TEK (Centro Antiterrorista) escoltaram o traficante com metralhadoras em punho, enquanto os veículos de serviço que o transportavam e acompanhavam eram protegidos por um helicóptero da polícia.
Prisão - Em novembro de 2020, o ex-policial fugiu do cerco da PF (Polícia Federal) na operação Enterprise e chamou a atenção por ter até uma versão “morto-vivo”. De filho de donos de lanchonete em Campo Grande a apontado como líder de organização criminosa capaz de exportar 45 toneladas de cocaína (equivalente a R$ 2,2 bilhões), Carvalho é comparado ao narcotraficante colombiano Pablo Escobar.
Para fugir da polícia, Carvalho criou até uma segunda identidade na Europa – batizada de Paul Wouter. Depois da investigação, a defesa de Wouter apresentou certidão de óbito por covid-19, sendo o corpo cremado, portanto sem condições de análise de DNA dos restos mortais para confirmar a identidade. Na dúvida, o governo de Mato Grosso do Sul suspendeu o pagamento da aposentadoria de R$ 11 mil até que Carvalho fizesse prova de vida.