Mais 5 membros da quadrilha liderada por Major Carvalho são presos
O ex-major da PM de Mato Grosso do Sul, conhecido como "Escobar brasileiro", está preso desde 2022
Polícia Federal prendeu na terça-feira (14) outros cinco integrantes da organização criminosa que era chefiada por Sérgio Roberto de Carvalho, ex-major da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e conhecido como o “Escobar brasileiro".
A Operação Chapa Branca foi deflagrada ontem, quando policiais cumpriram quatro mandados de prisão preventiva nos estados de Espírito Santo, Paraná, São Paulo, Pernambuco e um na Hungria. Também foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, sendo um no Espírito Santo, dois em Santa Catarina, sete no Paraná, três em São Paulo e um em Pernambuco.
Os investigados poderão responder pela prática do delito de associação para o tráfico, tráfico internacional e interestadual de drogas e, eventualmente, pela lavagem de dinheiro. Se condenados, as penas aplicadas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
A PF começou a investigar a quadrilha em outubro de 2021, quando foram apreendidos 350 quilos de cocaína em um porto do Espírito Santo. A droga foi descarregada de um caminhão e seria ocultada numa carga de chapas de granito, depois exportadas para a Europa.
Na ocasião, foram presos em flagrante um empresário e um ex-policial. O motorista do caminhão carregado com a droga conseguiu fugir, mas foi identificado e capturado em São Paulo, onde também foi preso.
Com o cumprimento dos mandados de ontem, a PF considera que todos os envolvidos no envio da carga apreendida em Cachoeiro de Itapemirim (ES) foram identificados e agora seguirão à disposição da Justiça Federal para responderem ao processo criminal.
Investigações - Após a apreensão em 2021, a Polícia Federal firmou parceria com a Receita Federal e governantes internacionais para conseguir provas nos Estados Unidos e Europa que ajudassem a localizar demais envolvidos na exportação de drogas a partir dos portos do Espírito Santo.
A partir da apuração, descobriram que a cocaína saiu da Bolívia e seguiria para o porto de Le Havre, na França, de onde seria distribuída para outros países da Europa.
No Brasil, o esquema era controlado pelo Major Carvalho, considerado um dos maiores narcotraficantes do mundo em atividade. Ele foi preso em 2022, em um restaurante da Hungria, e é investigado em vários países pelo envio de toneladas de cocaína a partir de portos brasileiros, em especial os de Santos e Paranaguá. O Escobar brasileiro tentava colocar o Espírito Santo como alternativa para esses embarques.
Sérgio Roberto de Carvalho está detido na penitenciária de Budapeste, depois de ter comunicado ao tribunal que não autoriza ser extraditado.
No início do mês, a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) alertou autoridades de segurança da Hungria para a possibilidade de Sérgio Roberto de Carvalho fugir da prisão. A revista portuguesa Visão confirmou a informação com a polícia internacional.
Só em 2018 o então governador Reinaldo Azambuja (PSDB) conseguiu expulsá-lo da Polícia Militar depois de longo processo administrativo e jurídico, devido à condenação na Justiça Federal por tráfico de drogas.