Disputado por 3 países, ex-major Carvalho tem destino incerto, diz ministério
Hungria é soberana para decidir qual pedido de extradição vai priorizar, explica governo brasileiro
Preso na Hungria em junho do ano passado, Sérgio Roberto de Carvalho, 65, que ficou conhecido como o “Major Carvalho”, ex-oficial da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), é disputado pelo Brasil, pelos Estados Unidos e pela Bélgica. Depois que a prisão do homem, conhecido como o “Escobar Brasileiro”, foi divulgada, os três países onde ele responde por crimes pediram a extradição dele à Justiça húngara. Mas o destino de Carvalho ainda é incerto.
Ao Campo Grande News, o Ministério da Justiça informou que o governo brasileiro formalizou o pedido de captura do ex-major no dia 18 de julho. Acontece que, no dia 19 deste mês, a Justiça da Hugria concedeu os três pedidos de extradição, restando agora o passo de decidir para qual país vai entregar o preso. “Os três pedidos foram concedidos, mas o Estado húngaro é soberano para decidir qual dos pedidos deverá ser cumprindo prioritariamente”, diz a nota enviada à reportagem.
A decisão de mandar Carvalho para fora do País foi tomada pela ministra da Justiça da Hugria, Judit Varga. Recentemente, a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) alertou autoridades de segurança do país europeu para a possibilidade de o “Major Carvalho” estar planejando fuga.
A revista portuguesa Visão confirmou a informação com a polícia internacional. Conforme a investigação, Carvalho estaria disposto a “oferecer uma elevada quantia de dinheiro a quem se dispuser a colaborar e a participar num plano de fuga”.
Detido em presídio de Budapeste, capital da Hungria, Carvalho liderou por décadas o tráfico de cocaína que ligava a América do Sul e a Europa. O sul-mato-grossense foi de filho de donos de lanchonete em Campo Grande a apontado como líder de organização criminosa capaz de exportar 45 toneladas de cocaína (equivalente a R$ 2,2 bilhões), comparado ao narcotraficante colombiano Pablo Escobar.
Para fugir da polícia, Carvalho criou até uma segunda identidade na Europa – batizada de Paul Wouter, que também foi alvo da polícia e “morreu”, conforme certidão de óbito por covid-19 apresentada em processo. De acordo a defesa de Wouter, o corpo do “cliente” havia sido cremado e por isso, não houve condições de fazer análise de DNA dos restos mortais para confirmar a identidade após a descoberta de que o morto, na verdade, era o ex-major.