Indígenas denunciam segundo incêndio em casa de reza em 2020
Desta vez, o alvo foi a Aldeia Jaguapiré, no município de Taquarú
Indígenas da Aldeia Jaguapiré, no município de Tacuru, distante 427 quilômetros de Campo Grande, denunciam a destruição de casa de reza e elementos centenários da cultura Guarani Kaiowá. O local e objetos sagrados foram consumidos pelo fogo na madrugada deste domingo. A suspeita é de que o incêndio tenha sido criminoso.
Esta é a segunda casa de reza Indígena destruída em 2020, em Mato Grosso do Sul. O primeiro incêndio foi registrado na comunidade Laranjeira Nhanderu, no município de Rio Brilhante, distante 163 quilômetros da Capital.
Em julho do ano passado, o alvo foi a única casa de reza de Dourados, na Aldeia Jaguapiru. O fogo queimou totalmente a estrutura de madeira coberta por capim sapé. Com pelo menos 17 mil moradores, a reserva é a mais populosa do País.
Ao Cimi (Conselho Indigenista Missionário), a rezadora Roberta Ximenes, da Jaguapiré, relatou que, por volta das 5h, duas pessoas botaram fogo no espaço sagrado, onde estavam cinco Xirus, estrutura feita com varas em formato de cruz, passada por gerações entre as famílias. Os objetos tinham mais de 200 anos.
Neste domingo, rezadora e famílias tradicionais de Terra Indígena Jaguapire denunciaram a situação MPF (Ministério Público Federal) e PF (Polícia Federal) solicitando investigação com urgência. A Polícia Civil ainda não recebeu nenhuma denúncia sobre o ocorrido.
A Aldeia Jaguapiré é formada por mais de 1 mil Guarani Kaiowás, em área de 2 mil hectares.