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Interior

Índio acusado de manter PMs reféns após confronto há 2 anos é preso

Leonardo de Souza foi preso nesta quinta-feira; ele teria mantido em cárcere policiais militares que foram à fazenda Yvu prestar auxílio após ataque

Humberto Marques | 13/12/2018 16:10
Ataque a acampamento na fazenda Yvu feriu cinco pessoas e matou indígena; Souza é acusado de fazer PMs acionados para atuar na região reféns. (Foto: Helio de Freitas/Arquivo)
Ataque a acampamento na fazenda Yvu feriu cinco pessoas e matou indígena; Souza é acusado de fazer PMs acionados para atuar na região reféns. (Foto: Helio de Freitas/Arquivo)

O indígena guarani-kaiowá Leonardo de Souza foi preso na manhã desta quinta-feira (13) pela Polícia Federal, após permanecer mais de dois anos foragido da Justiça. Ele é acusado de crimes como tortura, cárcere privado qualificado cometido contra três policiais militares, roubo qualificado, dano qualificado, sequestro e corrupção de menores, registrados durante ataque a uma comunidade indígena de Caarapó –a 283 km de Campo Grande– em 12 de junho de 2016. Em agosto, o MPF (Ministério Público Federal) pediu sua prisão, sendo atendido no mesmo mês.

A ação foi tomada em meio à força-tarefa Avá-Guarani. Os crimes foram apontados durante confronto na fazenda Yvu, em Caarapó, em meio a ataque do qual teriam participado 200 pessoas –que o MPF aponta serem fazendeiros. O indígena Clodioude Aquileu Rodrigues de Souza morreu após ser atigindo por dois tiros (abdome e peito) e nove ficaram feridos, de um total de 50 moradores do acampamento.

Na ocasião, três policiais militares que foram prestar apoio aos feridos foram feitos reféns por algumas horas e tiveram suas armas e o veículo que usaram apreendidos –fatos aos quais Leonardo estaria vinculado. O MPF de Dourados disse ter recebido denúncias de que o suspeito ameaçou outros indígenas e testemunhas, afirmando que, caso fosse preso, seus familiares agiriam.

Em julho de 2016, cinco proprietários rurais foram alvos de mandados de prisão por acusação de envolvimento no ataque. Eles respondem por formação de milícia armada, homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado, lesão corporal, dano qualificado e constrangimento ilegal.

Os confrontos ocorrem em área apontada como parte da terra indígena Dourados Amambaipegua I, declarada pela Funai (Fundação Nacional do Índio) como de ocupação ancestral em maio de 2016, atingindo 87 propriedades rurais entre as cidades de Amambai, Caarapó e Laguna Carapã –de onde indígenas teriam sido expulsos depois da Guerra do Paraguai. Guaranis-kaiowás permaneceram no local como peões ou trabalhadores braçais.

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