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Interior

Índios e proprietário fecham acordo e vão dividir fazenda invadida

Lidiane Kober | 04/12/2013 16:42
Segundo índios, apesar do acordo, clima continua tenso em Miranda (Foto: Cleber Gellio)
Segundo índios, apesar do acordo, clima continua tenso em Miranda (Foto: Cleber Gellio)

Em audiência na Justiça Federal, índios da Aldeia Moreira e o proprietário da Chácara Boa Esperança, a um 1,5 quilômetro de Miranda, fecharam, nesta quarta-feira (4), acordo para dividir a área, invadida desde 9 de outubro.

Os indígenas vão devolver a Ernesto Milani a sede, que compreende a cerca de 5 hectares da propriedade e vão continuar produzindo milho e feijão nos outros 6 hectares da chácara. O acordo deverá durar até o governo se manifestar sobre a proposta de indenizar os produtores para devolver as áreas aos índios.

“É uma prova de que não queremos briga”, disse o líder da Aldeia Moreira, Paulino Terena. Segundo ele, 2,4 mil índios estão “confinados” em 45 hectares de terra no município e não tem mais aonde produzir.

Na sede da propriedade, Milani tem a empresa Trator Mil, uma das principais fontes de receita da família. “Os índios não tem interesse pela sede, mais pela área produzida”, frisou o advogado da comunidade Moreira, Luiz Henrique Elóy.

Apesar do acordo, segundo Paulino, o clima continua tenso em Miranda. “Não tem como negar”, disse. Questionado se novas invasões podem ocorrer no município, ele não confirmou, nem negou a possibilidade. “Por enquanto, vamos deixar isso em segredo”, desviou.

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