Investigado há 7 anos, falso veterinário é preso durante atendimento em sítio
CRMV descobriu em 2014 que Lucas Thiago de Lima Kusano usava documento de outro médico
Falso médico veterinário que desde 2014 estava na mira do CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária) de Mato Grosso do Sul foi preso nesta quarta-feira (2) em Dourados, a 233 km de Campo Grande.
Lucas Thiago de Lima Kusano, 34, foi flagrado durante atendimento em um sítio localizado na Linha do Barreirinho, entre os municípios de Dourados e Fátima do Sul. Ele fazia procedimento de toque retal em um equino quando fiscais do conselho e policiais civis chegaram à propriedade.
O falso veterinário foi encaminhado para a 1ª Delegacia de Polícia Civil para ser autuado por falsidade ideológica e por exercício ilegal de profissão. Com ele foi encontrado documento de CRMV com seu nome, mas com número que pertence a outro profissional. No momento do flagrante no sítio, Lucas disse que não tinha o CRMV, mas o documento foi achado escondido na cueca dele.
Conforme o boletim de ocorrência, o setor de fiscalização do conselho recebeu a primeira denúncia contra Lucas Kusano em novembro de 2014.
Na época, ele solicitou exame em equino ao laboratório veterinário e assinou o documento com o CRMV 4131/MS. Entretanto, esse documento pertence de fato a outro médico veterinário. O caso foi registrado na Polícia Civil, em novembro de 2014.
Em janeiro deste ano, o Conselho Regional de Medicina Veterinária recebeu novas denúncias contra Lucas Kusano, dessa vez relatando que ele estaria atuando como plantonista em duas clínicas de Dourados.
Nesta quarta-feira, após informação de que ele faria atendimento na propriedade rural, os membros do conselho solicitaram apoio do SIG (Setor de Investigações Gerais) e foram até o local. Lucas fazia o procedimento em uma égua da propriedade. Uma médica veterinária também estava no local, mas ela alegou que apenas tinha dado carona ao falso colega porque Lucas estava sem carro.
O presidente do CRMV Thiago Leite Fraga acompanhou o trabalho da fiscalização e reforçou o pedido para que empresas e demais pessoas procurem o conselho em caso de dúvida sobre a procedência dos profissionais.
“As clínicas não sabiam que ele não é profissional. Por isso é importante, na hora de contratar o médico veterinário, solicitar a cédula do profissional e ligar no conselho para saber se esse profissional está regularizado”, afirmou Fraga. O falso médico veterinário deve ser liberado após assinar o chamado “termo circunstanciado de ocorrência”.