Investimento de R$ 49 mi da Itaipu é nova promessa para levar água às aldeias

Surgiu outra esperança para acabar com o desabastecimento de água na Reserva Indígena de Dourados, a mais populosa de Mato Grosso do Sul, com pelo menos 20 mil habitantes. A mais recente promessa é investimento de R$ 49 milhões da Itaipu Binacional.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (28) pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, durante audiência em Brasília com o deputado federal Geraldo Resende (PSDB) e com o subsecretário estadual de Políticas Públicas para a População Indígena de Mato Grosso do Sul Fernando da Silva Souza.

Formada pelas aldeias Jaguapiru e Bororó e habitada por indígenas das etnias guarani-kaiowá e terena, a reserva de Dourados enfrenta falta de água há anos.

Em 2023, o Campo Grande News mostrou em série de reportagens o drama vivido pelos moradores, inclusive crianças, que precisam caminhar por quilômetros sob sol forte para buscar água em um córrego, com suspeita de contaminação por agrotóxicos usados em lavouras de soja.

Em protesto para cobrar ação dos governantes, a comunidade chegou a bloquear a MS-156, principal ligação entre Dourados e Itaporã e à região sudoeste de Mato Grosso do Sul.

Após a repercussão, o Governo do Estado criou grupo de trabalho para tentar encontrar solução para o problema. A Sanesul (Empresa de Saneamento de MS) elaborou estudo prevendo instalação de rede de água tratada nas aldeias, mas faltou dinheiro para tirar o projeto do papel.

Representantes políticos sul-mato-grossenses pediram a inclusão do projeto no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), reativado no terceiro Governo Lula, mas a demanda não avançou mais uma vez.

Por meio da assessoria de imprensa, Geraldo Resende disse que cobrou o compromisso que Alexandre Padilha fez, ainda no ano passado, de viabilizar recursos do novo PAC para implantação da rede de abastecimento de água na reserva.

Entretanto, o ministro explicou que questões orçamentárias impediram a inclusão do projeto de Dourados, mas o investimento da Itaipu pode ser via alternativa para resolver o problema com “urgência”.

“Relatei, por diversas vezes ao ministro, o sofrimento dos povos indígenas douradenses, que há vários anos ressentem com a falta de água potável. E ele mostrou sensibilidade desde o início, e felizmente, encontrou essa saída, que é parceria com a Itaipu Binacional”, informou o deputado.

Ainda segundo Geraldo, Alexandre Padilha prometeu, logo após as eleições municipais, vir a Dourados para anunciar o recurso. “Estou confiante de que depois de mais de um ano e seis meses, e após luta incessante em Brasília, junto com o Governo do Estado, dessa vez o projeto vai acontecer”.

“As coisas vão caminhando e nós temos perspectiva muito positiva de que possa ter solução adequada, adaptada para a realidade do povo indígena douradense, para garantir esse direito tão básico da sociedade, que é o direito do acesso à água potável”, disse o ministro.

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