Justiça mantém preso tatuador que matou em briga sobre moto clube
Defesa afirmou que não há indícios suficientes para manter a prisão
O tatuador Washington Vieira Gonçalves, de 40 anos, preso desde outubro do ano passado por assassinar a tiros Antônio Paulo de Andrade Vaz, de 34 anos, teve a liberdade negada pela juíza Tatiana Dias de Oliveira Said, da Vara Criminal de Coxim, cidade a 260 quilômetros de Campo Grande.
Washington matou a vítima após briga sobre clube de motociclistas em um bar da cidade. Para libertar o tatuador, o advogado Alex Viana de Melo afirmou que não há indícios suficientes para manter a prisão. Desde o início, o defensor afirma que o cliente agiu para se defender e que por isso não havia necessidade de mantê-lo na cadeia.
A defesa também alegou que o tatuador é asmático e por isso faz parte do grupo de risco da Covid-19. Segundo recomendação da CNJ ( Conselho Nacional de Justiça) presos com comorbidades e que não cometeram crimes graves podem cumprir penas alternativas. Na decisão, no entanto, a juíza afirmou que nenhum laudo que comprove o problema de saúde foi entregue a justiça.
Tatiana Dias também sustentou que o Estabelecimento Penal Masculino de Coxim, onde o réu está, disponibiliza atendimento médico e "adota as cautelas necessárias para garantir a prevenção e higiene".
Entenda - Em depoimento Washington confirmou que a discussão no bar começou porque Antônio não o aceitava como integrante do mesmo moto clube que ele, denominado Abutres. Na versão do autor, ele chegou a ir embora do bar para "evitar confusão", mas foi procuro pela vítima pouco depois em sua casa.
“O próprio amigo da vítima diz que Washington saiu do local para evitar confusão. Ele já estava em casa jantando com a mãe dele que é idosa, quando a vítima chegou ao local gritando”, completa.
Alex Viana explica que o tatuador saiu da residência e no meio da discussão, levou uma cabeçada e foi prensado na parede pela vítima. O amigo de Antônio ainda teria segurado o tatuador para que ele não retornasse para a residência.
“Foi quando ele se desvencilhou e ocorreram os disparos. Ele agiu para se defender”, ressalta o advogado. Antônio foi morto com cinco tiros. Washington foi autuado por homicídio qualificado por motivo fútil e por posse ilegal de arma de fogo.