Lutador é solto e madrasta condenada a 17 anos de prisão por matar enteado
Julgamento durou 15h e teve até oração para Joel Rodrigo Ávalo, pai da criança e que será liberado amanhã (11) da prisão
Após 15 horas, o Tribunal do Júri em Dourados condenou Jéssica Leite Ribeiro, de 24 anos, a 17 anos e cinco meses de prisão pela morte do enteado, o bebê Rodrigo Moura Santos, e colocou em liberdade Joel Rodrigo Ávalo dos Santos, de 28 anos, pai da criança.
Os jurados foram a favor da tese adotada pelo Ministério Público e responsabilizaram a jovem por homicídio doloso por meio cruel, com o agravante de ter sido cometido contra a uma vítima menor de 14 anos de idade. O pequeno Rodrigo, que na época do crime tinha 1 ano e meio, estava sob os cuidados da madrasta quando morreu, na manhã de 16 de agosto de 2018.
Ele foi atendido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) com hematomas na cabeça, trauma no tórax e laceração no fígado. Uma semana após a morte, Jéssica confessou que a criança chorava muito naquele dia e por isso apertou “com força” a barriga dele, primeiro com as mãos e depois com os joelhos, por acreditar que ele estava com “prisão de ventre”.
Ela também confessou ter pisado “sem querer” nas costelas do menino quando se levantou da cama e disse ter apertado o pescoço de Rodrigo na tentativa de reanimá-lo.
Já o pai da criança foi condenado a 1 ano e 15 dias de prisão por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, omissão e negligência, pois deixava a criança aos cuidados da mulher, mesmo sabendo das agressões. Como ele já está preso há 1 ano e 6 meses, o entendimento dos jurados foi de que a pena já foi cumprida então ele será colocado em liberdade. Durante a pausa para a votação dos jurados, nesta noite a família de Joel se reuniu em frente ao fórum onde estava ocorrendo a sessão para fazer uma oração.
Assista a entrevista com o promotor do caso Luiz Eduardo de Sant’Anna Pinheiro, que atuou no julgamento.
Joel aguardou o julgamento preso na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), mas será liberado na manhã desta quarta-feira (11). Ao final da audiência os advogados do lutador, Renan Pompeu e Vítor Cáceres confirmaram que o alvará de soltura já foi expedido.
Jéssica foi defendida pelo advogado Osmar Blanco, mas ele evitou falar com a reportagem. As imagens são de Adilson Domingos.
Assista a entrevista com os advogados Renan Pompeu e Vítor Cáceres.
Agressões e morte - O bebê morreu na casa onde Joel morava com Jessica, na Rua Presidente Kennedy, no Jardim Márcia, região leste de Dourados. A mãe da criança tinha a guarda do filho, mas havia deixado Rodrigo com o pai.
Além dos hematomas na cabeça, constatados por socorristas do Samu (Serviço Móvel de Urgência), a criança teve trauma no tórax e laceração no fígado, que comprovaram as agressões. A causa da morte foi choque hemorrágico provocado por agressão externa.