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Interior

Justiça marca para fevereiro audiência sobre menino morto pela madrasta

Testemunhas serão ouvidas no dia 13 do mês que vem sobre morte de Rodrigo Moura Santos, de um ano e meio; o pai do menino e a madrasta estão presos desde agosto

Helio de Freitas, de Dourados | 23/01/2019 10:21
Os lutadores de MMA Joel Tigre e Jessica com o menino que morreu e a filha mais velha dele (Foto: Arquivo)
Os lutadores de MMA Joel Tigre e Jessica com o menino que morreu e a filha mais velha dele (Foto: Arquivo)

A Justiça estadual marcou para o dia 13 do mês que vem a audiência para ouvir o depoimento das testemunhas da ação penal sobre a morte de Rodrigo Moura Santos, de um ano e seis meses, ocorrida em 16 de agosto do ano passado em Dourados, a 233 km de Campo Grande.

O pai do garoto, o lutador de MMA Joel Rodrigo Avalo dos Santos, 26,o “Joel Tigre”, e a madrasta da criança, a também atleta de artes marciais mistas Jessica Leite Ribeiro, 22, estão presos.

Recolhida no presídio feminino de Corumbá, Jessica confessou ter pisado na barriga do menino quando ele chorava por causa de cólicas. Ele morreu minutos depois. O laudo médico também constatou hematomas na cabeça da criança.

Preso na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), Joel também é réu por homicídio qualificado. Quando aceitou a denúncia do Ministério Público contra o casal, em setembro do ano passado, o juiz da 3ª Vara Criminal Cesar de Souza Lima afirmou que os acusados “praticaram de crime de grande repercussão social, com extrema violência” e ceifaram a vida de uma criança “com extrema violência”.

De acordo com a rádio 94 FM, a audiência para depoimento das testemunhas foi marcada para às 15h do dia 13 pelo juiz Eguiliell Ricardo da Silva. Jessica deve acompanhar os depoimentos através de videoconferência e Joel será levado ao Fórum de Dourados.

Na mesma decisão em que marcou a audiência, o magistrado também negou pedido da defesa de Joel para trancar a ação penal e para revogação da prisão preventiva do acusado.

Jessica afirmou que Joel não estava presente no momento em que ela pisou “acidentalmente” no garoto, mas o Ministério Público o acusa de permitir que as crianças ficassem com a madrasta.

“Mesmo conhecedor das lesões que eram explícitas no corpo de Rodrigo, o pai Joel deixava as crianças aos cuidados da companheira Jessica, assumindo, de forma consistente, a ocorrência de evento ainda mais grave em relação à criança”, diz trecho da denúncia do MP, transformada em ação penal há quatro meses.

Denúncia - Jessica foi denunciada pelo promotor Élcio D’Angelo por ter provocado a morte do menino na manhã de 16 de agosto de 2018.

Uma semana após a morte, ela confessou que a criança chorava muito naquele dia e por isso apertou “com força” a barriga dele, primeiro com as mãos e depois com os joelhos, por acreditar que ele estava com “prisão de ventre”.

Jessica também confessou ter pisado “sem querer” nas costelas do menino quando se levantou da cama e disse ter apertado o pescoço de Rodrigo na tentativa de reanimá-lo.

“Antes de sucumbir à morte, a vítima foi submetida a sofrimento prolongado e desnecessário, consistente em fortes apertões na barriga e pisoteada nas costelas”, afirmou o promotor na denúncia acatada pelo Judiciário.

Rodrigo e a irmã, de 3 anos, moravam com o pai e a madrasta em uma casa no Jardim Márcia, região leste de Dourados. Apesar de ter uma medida protetiva contra o ex-companheiro, a mãe das crianças deixou os dois filhos pequenos com o pai biológico. Laudo da perícia confirmou que Rodrigo tinha lesões mais antigas, indicando que sofria constantes maus tratos.

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