Mãe que torturou e enterrou a filha ainda viva tem julgamento marcado
Mulher enterrou o corpo da garota de cabeça para baixo em um buraco próximo ao aterro sanitário da cidade
O juiz Rodrigo Pedrini Marcos, de Três Lagoas, marcou o julgamento de Emileide Magalhães, acusada de torturar e enterrar de cabeça para baixo o corpo da própria filha, de 10 anos, quando a criança ainda estava viva. Segundo divulgado, na manhã do dia 12 de janeiro, dez meses após o crime, Emileide sentará no banco dos réus.
Mesmo o homicídio tendo sido registrado em Brasilândia, a defesa da acusada conseguiu autorização para que ela fosse julgada pela Comarca de Três Lagoas. Na alegação, os advogados consideraram que a morte da menor de idade foi um caso muito emblemático na cidade, que tem pouco mais de 11 mil habitantes, portanto, julgá-la na cidade vizinha evitaria eventual juízo de valores por parte dos jurados.
A mãe será julgada pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e praticado com recurso que dificultou a defesa da vítima.Ela também vai responder por ocultar o corpo da filha.
O caso - Na delegacia, o irmão da garota contou com detalhes de como a irmã foi morta na cidade de Brasilândia na noite do dia 21 de março. Segundo o garoto, a mãe derrubou a irmã no chão, envolveu o pescoço dela com o fio e começou a enforcá-la, enquanto a criança pedia para não ser morta. Em seguida, colocaram a vítima ainda viva dentro de um buraco que havia no chão, na região da MS-040.
No corpo, segundo a polícia, havia várias lesões, indicando possível ocorrência de tortura. A causa da morte foi asfixia mecânica por compressão do tórax, compatível com o relato do adolescente, apontando que a irmã foi enterrada viva.
O garoto confirmou ainda à polícia que a mãe já havia ameaçado a irmã de morte, caso ela continuasse acusando o padrasto de abuso. Já a mulher, em outra versão, disse que matou a filha em um momento de raiva e negou que cometeu o crime para defender o marido.
Uma testemunha contou que a vítima havia mencionado, no fim do ano passado, ter sido vítima de abuso por parte do padrasto e que não poderia revelar o fato aos professores ou para a polícia por medo de apanhar da mãe.