Mãe alega que enterrou filha viva, por isso não pode responder por ocultar corpo
Justiça pronunciou Emileide a júri popular por homicídio qualificado
Acusada pela morte da filha de 10 anos, Emileide Magalhães pediu à Justiça para que não responda pelo crime de ocultação de cadáver com a justificativa de que enterrou a garota ainda com vida. O pedido apresentado pela defesa ainda será analisado pelo Ministério Público e pelo Juiz responsável pelo caso.
“Não havia cadáver quando a acusada supostamente praticou as condutas indicadas pelo Ministério Público, além disso, a própria indicou onde a vítima estava. Como não houve demonstração de ocultação de cadáver, a acusada deve ser absolvida”, detalha o pedido.
No dia 6 de abril, a Justiça pronunciou Emileide a júri popular pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Pelo entendimento, ela também vai responder por ocultar o corpo da filha.
A defesa recorreu alegando que ela deve responder por homicídio simples, já que no entendimento dos advogados, as "provas de materialidade não são suficientes para a pronúncia automática”. O pedido foi protocolado no dia 29 de abril e ainda será julgado.
O caso - Na delegacia, o irmão da garota contou com detalhes de como a irmã foi morta na cidade de Brasilândia na noite do dia 21 de março. Segundo o garoto, a mãe derrubou a irmã no chão, envolveu o pescoço dela com o fio e começou a enforcá-la, enquanto a criança pedia para não ser morta. Em seguida, colocaram a vítima ainda viva dentro de um buraco que havia no chão, na região da MS-040.
No corpo, segundo a polícia, havia várias lesões, indicando possível ocorrência de tortura. A causa da morte foi asfixia mecânica por compressão do tórax, compatível com o relato do adolescente, apontando que a irmã foi enterrada viva.
O garoto confirmou ainda à polícia que a mãe já havia ameaçado a irmã de morte, caso ela continuasse acusando o padrasto de abuso. Já a mulher, em outra versão, disse que matou a filha em um momento de raiva e negou que cometeu o crime para defender o marido.
Uma testemunha contou que a vítima havia mencionado, no fim do ano passado, ter sido vítima de abuso por parte do padrasto e que não poderia revelar o fato aos professores ou para a polícia por medo de apanhar da mãe