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Interior

Mãe que enterrou a filha viva de ponta cabeça alega insanidade mental

O juiz Rogério Ursi Ventura, que cuida do caso, negou em 1ª instância, em setembro do ano passado

Viviane Oliveira | 27/01/2021 11:54
Buraco, próximo ao lixão, onde a criança de 10 anos foi enterrada viva pela mãe (Foto: divulgação / Perfil News)
Buraco, próximo ao lixão, onde a criança de 10 anos foi enterrada viva pela mãe (Foto: divulgação / Perfil News)

A Defensoria Pública que cuida do caso da mãe que matou a filha de 10 anos, em março do ano passado, em Brasilândia, entrou com pedido de incidente de insanidade mental na Justiça. O juiz Rogério Ursi Ventura, que cuida do caso, negou em 1ª instância, em setembro do ano passado, por entender que não havia indícios suficientes que justificassem a instauração do incidente.

O processo já estava em alegações finais, onde são apresentados os argumentos finais de ambas as partes, quando a defesa ingressou com recurso. O procedimento, que tramita em segredo de Justiça, foi encaminhado ao Tribunal de Justiça para apreciação do recurso e ainda não há decisão. A reportagem não divulgou o nome dos envolvidos seguindo determinação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

À época, a mãe, que tinha 29 anos, foi presa em flagrante por matar a própria filha. Segundo a Polícia Civil, na ocasião, a mulher contou que matou a menina porque ela acusava o padrasto de abuso sexual. O irmão da vítima, de 13 anos, foi apreendido. Ele confessou que ajudou a mãe a matar a irmã. A vítima foi enterrada viva. "Ela pedia por socorro dentro do buraco”, disse o garoto à polícia, ao prestar depoimento acompanhado por conselheira tutelar.

 “Que alega que sua irmã já estava dentro do buraco, quando ouviu ela gritar, dizendo socorro e mexeu os pés. E que nesse momento já tinha jogado terra sobre o seu corpo e sua mãe pisava por cima para socar a terra”.

A polícia soube do caso pela própria mãe. Depois de ir três vezes ao local do crime para constatar se a filha estava morta, a mulher procurou a delegacia de Polícia Civil e disse que a menina havia desaparecido após ter sido deixada por ela em uma praça com o irmão. Horas depois, ligou para a Polícia Militar e contou que havia matado a criança e queria se entregar.

Os policiais foram ao encontro da mulher. Ela falou o que havia acontecido e levou os militares ao local do crime, buraco próximo do lixão da cidade. Lá, foi encontrado o corpo da criança, enterrado de cabeça para baixo. Em declaração informal na delegacia, a mulher disse que matou a filha num momento de raiva. Ela está presa na penitenciária feminina de Corumbá desde 22 de março do ano passado. Na ocasião, o padrasto, de 47 anos, também foi detido.

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