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Maior traficante do Paraguai acusado de matar promotor é preso no Brasil

Miguel Ángel Insfrán Galeano, o “Tio Rico”, foi localizado hoje em Vila Isabel, no Rio de Janeiro

Helio de Freitas, de Dourados | 09/02/2023 17:40
Miguel Ángel Insfrán Galeano, o “Tio Rico”, preso hoje no Rio de Janeiro (Foto: ABC Color)
Miguel Ángel Insfrán Galeano, o “Tio Rico”, preso hoje no Rio de Janeiro (Foto: ABC Color)

Miguel Ángel Insfrán Galeano, o “Tio Rico”, considerado o maior traficante do Paraguai na atualidade, foi preso nesta quinta-feira (9) no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro. A prisão foi confirmada pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas).

Responsável pela remessa de grandes cargas de cocaína de navio para Ásia, Europa e África, “Tio Rico” tem negócios na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul e estava foragido desde fevereiro de 2022.

Alvo da operação “A Ultranza Py” – maior investida da polícia paraguaia até agora contra o narcotráfico – Miguel Ángel é apontado como mandante do assassinato do promotor de Justiça Marcelo Pecci, ocorrido em maio do ano passado na Colômbia.

Um dos coordenadores da força-tarefa contra o crime organizado no Paraguai, Marcelo Pecci foi morto por pistoleiros quando passava a lua de mel na Praia de Barú, em Cartagena das Índias, na Colômbia.

Miguel Ángel surgiu como suspeito de ser o mandante após a prisão, em janeiro deste ano, dos irmãos colombianos Andrés Felipe Péres Hoyos e Ramón Emilio Pérez Hoyos.

A investigação da polícia colombiana revela que os dois irmãos, a mando de “Tio Rico”, teriam contratado Francisco Luis Correa Galeano para matar o promotor. Galeano, por sua vez, contratou os pistoleiros. Apesar do sobrenome homônimo, Francisco é colombiano e não tem parentesco com “Tio Rico”.

Quem é Tio Rico – Ex-piloto de rali, “Tio Rico” é o chefe do Clã Insfran, organização criminosa acusada de usar igrejas evangélicas para lavar dinheiro do tráfico de cocaína. Segundo a Senad, Miguel entrou para o crime nos anos 2000, atuando no roubo e desmanche de veículos.

Através da atividade criminosa, estabeleceu contato com organizações criminosas da Bolívia e logo passou a atuar no tráfico de cocaína.

O clã é acusado de trazer cocaína de avião das áreas produtoras na Bolívia através de uma bem montada estrutura logística que inclui pista de pousos clandestinas e pontos de abastecimento das aeronaves.

Em território paraguaio, a droga era armazenada em depósitos nos arredores da capital Asunción e em cidades portuárias no Rio Paraguai até ser despachada de navio em contêineres, escondida em produtos exportados legalmente, como tintas e carvão vegetal. Toda a operação era feita através de empresas de exportação administradas por “laranjas”.

O esquema para lavagem de dinheiro envolvia uma cooperativa de crédito e uma rede de igrejas, denominada “Centro de Convenciones Avivamiento”, espécie de filial do “Centro Mundial de Avivamiento”, que tem sede na Colômbia. O irmão de “Tio Rico”, o pastor José Alberto Insfran Galeano, é o principal líder da seita. Ele segue foragido.

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