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Interior

Mortos em chacina eram ligados a Jarvis Pavão e polícia acusa PCC

Três empresários, detidos em Pedro Juan com carro blindado e apontados por engano como suspeitos, já foram liberados

Helio de Freitas, de Dourados | 22/05/2019 13:57
Policiais fazem buscas por imagens de câmeras de segurança perto do local da chacina (Foto: Direto das Ruas)
Policiais fazem buscas por imagens de câmeras de segurança perto do local da chacina (Foto: Direto das Ruas)

Policiais paraguaios suspeitam que a chacina com seis mortos na madrugada de hoje (22) em Pedro Juan Caballero é mais um capítulo da guerra travada há três anos entre narcotraficantes da fronteira. As mortes aconteceram em uma casa no residencial Amistad II, no Jardim Aurora, periferia da cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande.

As vítimas teriam integrado a quadrilha liderada pelo narcotraficante pontaporanense Jarvis Gimenes Pavão, apontado como um dos maiores fornecedores de cocaína da América do Sul, atualmente recolhido no Presídio Federal de Mossoró (RN).

Policiais que atuam na Linha Internacional afirmam que a principal suspeita recai sobre uma célula local do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa brasileira que desde 2017 vem eliminando pessoas ligadas a Pavão.

Os primeiros indícios apontam para o bandido Edson Salinas, o “Ryguasu”, que teria ocupado o lugar deixado após a prisão de Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o “Minotauro”.

Sem suspeitos – Apesar de acusar o PCC, a polícia paraguaia ainda não tem nenhuma pista dos pistoleiros. Os três homens detidos na manhã de hoje em Pedro Juan Caballero, identificados como Ariel Vargas, Gregório Vargas e Osmar Cardozo, já foram liberados.

Eles foram presos porque estavam em uma caminhonete Toyota Fortuner blindada, onde foi encontrada uma pistola 9 milímetros. Entretanto, os três seriam empresários locais, sem qualquer suspeita de envolvimento nas mortes.

Investigadores da Polícia Nacional fizeram buscas em algumas casas nos arredores do local da chacina e apreenderam armas e munições, mas ainda não há ligação com as mortes. Imagens de Câmeras de segurança da vizinhança também foram requisitadas.

A chacina – Cinco homens e uma adolescente paraguaia com o filho pequeno estavam sentados na varanda da casa, ao lado de um lava rápido, quando os pistoleiros chegaram, por volta de 0h30, em um utilitário Jeep branco e começaram a atirar com pistolas e fuzis calibre 5.56.

Diego Gustavo Bullon Cabrera, 24, recebeu 11 tiros no rosto, no pescoço e no peito. Alcides Alexis Ayala, 26, foi atingido por dez impactos, no peito, na barriga e na perna. Pedro Valdez Sánchez, 36, levou 14 tiros no peito, perna e na barriga.

A adolescente Liz Noelia Cabrera Benítez, 16, foi atingida por quatro tiros na cabeça, pescoço e no rosto. Sergio Diosnel Cabrera Benítez, 20, recebeu dez tiros no peito e na barriga e Luciano Medina Melgarejo, o Luchi, levou nove impactos no peito, barriga e na perna.

Um garoto de um ano e oito meses, filho da adolescente, foi ferido de raspão por um dos tiros e levado para o Hospital Regional de Pedro Juan Caballero, onde está internado, mas fora de perigo. Os homens tinham antecedentes criminais, segundo a polícia.

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