MP denuncia mulher de 61 anos por envenenar e esquartejar marido
Denúncia foi oferecida 11 dias depois da prisão de Aparecida Graciano, que confessou o crime
Apenas 11 dias depois da prisão da dona de casa Aparecida Graciano de Souza, 61 anos, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul)de Três Lagoas ofereceu denúncia contra ela por matar o marido, Antônio Ricardo Cantarin, 64 anos. A vítima foi envenenada e teve o corpo cortado em pedaços, sendo jogado em partes ao longo de rodovia próxima do município.
A denúncia foi oferecida no dia 6 de junho pelo promotor Luciano Anechini Lara Leite, a ser avaliada pela 1ª Vara Criminal de Três Lagoas.
O casal morava em Selvíria e a polícia iniciou investigação do desaparecimento do marido que, segundo vizinhos, estava sumido desde dia 20 de maio.
Aparecida Graciano foi presa no dia 26 de maio. Um dia antes, a Polícia Civil tinha encontrado perto da BR-158, área rural de Selvíria, a 400 quilômetros de Campo Grande, o tronco de homem, dentro de uma mala. A equipe já havia recebido a denúncia de vizinhos de Antônio, preocupados como sumiço dele.
No interrogatório, Aparecida demonstrou nervosismo e negou qualquer envolvimento. Após diversas contradições, acabou confessando o crime. “ouvida perante a Autoridade Policial (...) a denunciada contou com riqueza de detalhes o crime cometido”, consta na denúncia feita pelo MPMS.
Os dois eram casados desde 26 de novembro de 2021. Há cerca de 15 anos, sofreu acidente vascular cerebral e necessitava de cuidados especiais depois de ter perdido a mobilidade de um lado do corpo. Aparecida relatou que os desentendimentos eram constantes
No dia 22 de maio, a dona de casa foi até loja agropecuária e comprou vidro de veneno para ratos. Ao chegar, deu o produto com água para o marido, dizendo que era remédio para barriga. Cinco minutos depois foi verificar se estava respirando e constatou a morte às 19h. Notou que Antônio estava com olhos vidrados, o cobriu e foi dormir em outro cômodo.
Na madrugada de 23 de maio, iniciou o plano de dar sumiço no corpo. Pegou plástico, colocou embaixo da vítima e começou a cortá-lo com faca de cozinha. No dia 24, por conta do mau cheiro, resolve se livrar dele. O tronco foi colocado dentro de mala e Aparecida pediu ajuda aos vizinhos dizendo que dentro da bagagem havia pedaços de pano velhos onde morcegos e outros bichos haviam morrido.
O cadáver foi colocado no banco de trás do carro da autora e ela e dois vizinhos foram até a região onde a mala foi descartada. Ao voltarem para a cidade, Aparecida deu R$ 20 aos homens. No dia 25 de maio, Aparecida pegou os membros que estavam dentro do freezer, colocou no carro, mas o veículo apresentou problema e não conseguiu sair. Os sacos foram jogados no dia 26 de maio, na rodovia sentido a Três Lagoas, e lançou em um barranco.
O MPMS ofereceu denúncia por homicídio qualificado por motivação torpe, emprego de veneno e por traição ou emboscada, além do crime de destruição e ocultação de cadáver.