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Interior

Mulher lidera guerra pelo controle do tráfico na fronteira com MS

Selva Portillo Rodas é ligada a Felipe Santiago Acosta, o “Macho”, bandido mais procurado do Paraguai

Por Helio de Freitas, de Dourados | 10/04/2024 09:36
Movimentação em frente ao local onde homem foi morto em guerra do tráfico, segunda (Foto: Direto das Ruas)
Movimentação em frente ao local onde homem foi morto em guerra do tráfico, segunda (Foto: Direto das Ruas)

A guerra pelo controle do tráfico de drogas no departamento de Canindeyú seria a causa dos mais recentes crimes de pistolagem ocorridos na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul. A mandante da maioria dos atentados seria a paraguaia Selva Portillo Rodas, a “Selva Hu”.

Canindeyú é um dos departamentos (equivalente a estado) do Paraguai que fazem fronteira seca com Mato Grosso do Sul. A capital, Salto Del Guairá, fica a menos de 20 km de Mundo Novo (MS).

Citando fontes policiais, a imprensa paraguaia revelou que Selva Rodas é ligada a Felipe Santiago Acosta, o “Macho”, bandido mais procurado atualmente no país vizinho e com prisão decretada no Brasil.

Segundo o jornal Última Hora, a sangrenta disputa pelo controle do tráfico de drogas desencadeou onda de violência com assassinatos e atentados a tiros contra residências de rivais de “Macho”. Selva é apontada como responsável direto pela matança.

Em entrevista nesta terça-feira (9) à rádio Monumental AM, o ex-deputado Julio Colman disse, sem citar o nome de Selva, que uma mulher tem alta influência sobre Felipe Acosta e que ela estaria decidindo quem vive e quem morre na zona de fronteira.

Ao jornal paraguaio, o comissário Rafael Gonzalez, da Polícia Nacional, disse que Selva está na mira das investigações. Entretanto, segundo ele, até agora não existe nenhuma denúncia formal contra a mulher.

Já o promotor de Justiça Christian Roig confirmou que Selva Portillo Rodas foi apontada como autora intelectual de vários crimes, mas ainda não há provas para incriminá-la.

Atualmente, seis facções criminosas disputam o controle do tráfico de drogas em Salto Del Guairá e povoados localizados na linha internacional. “Macho” e Selva teriam se aliado, para eliminar os cartéis rivais.

Uma das vítimas da guerra foi Ignacio Medina Britez, o “Nachito”, executado a tiros em uma fazenda em Vila Ygatimí, a 200 km de Salto Del Guairá. Britez seguia de caminhonete quando foi alvejado a tiros de fuzil, no dia 16 de dezembro de 2023.

Marcas de tiros na parede da casa de ex-policial, inimigo de "Macho" (Foto: Direto das Ruas)
Marcas de tiros na parede da casa de ex-policial, inimigo de "Macho" (Foto: Direto das Ruas)

Cristino Diaz, apontado como líder de uma das facções, foi morto a tiros em fevereiro deste ano, em Britez Cué, outro povoado da região.  Gregorio Gomez Nogueira, 35, foi outra vítima da guerra. Ele foi executado por pistoleiros no dia 12 do mês passado, em Villa Ygatimí.

Na madrugada de sexta-feira (5), pelo menos seis homens fortemente armados abriram fogo contra a casa do ex-policial Benicio Silva, o “Silva Hu”, no povoado de Santo Antonio. Apontado como principal rival de “Macho”, Benicio trocou tiros com os pistoleiros e conseguiu escapar do atentado.

Na segunda-feira (8), Eliodoro Ramon Ibañez Zaracho, 46, apontado como braço-direito de “Macho”, foi executado por pistoleiros em Curuguaty. A principal suspeita é de que a morte tenha sido encomendada por Benicio Silva, como vingança pelo ataque de sexta-feira.

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