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Interior

Outro detento é encontrado morto no presídio mais superlotado de MS

Preso foi enforcado e corpo estava pendurado em cela; em março, detentos gravaram “julgamento” e morte de outro interno

Helio de Freitas, de Dourados | 17/04/2018 09:36
Penitenciária Estadual de Dourados tem pelo menos 2.500 detentos (Foto: Arquivo)
Penitenciária Estadual de Dourados tem pelo menos 2.500 detentos (Foto: Arquivo)

Mais um detento foi morto por enforcamento na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), o presídio mais superlotado de Mato Grosso do Sul, onde estão recolhidos pelo menos 2.500 internos. Assim como ocorreu em março, o preso foi enforcado e o corpo deixado pendurado na grade.

José Luiz Alencar Domingos, 23, foi encontrado pendurado na grade do banheiro da cela 3 do raio II, onde ficam detentos ligados a facções criminosas. Outros 13 detentos ocupam a mesma cela.

Condenado por estupro de vulnerável em 2013 e com antecedentes por vários outros crimes, como assalto e furto, José Luiz tinha sido transferido de Campo Grande para o presídio de Dourados em outubro de 2017.

A perícia e o delegado Marcelo Batistela Damaceno, titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil, estão no presídio para os primeiros levantamentos sobre a morte.

A Apegen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) informou que está apurando as circunstâncias da morte de José Luiz Domingos. Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa, a agência informa que o corpo foi encontrado pelos agentes penitenciários por volta de 6h, durante o confere da manhã para a abertura do pavilhão.

O local foi isolado e a perícia foi chamada para os levantamentos necessários e coleta de provas. O caso será investigado pela Polícia Civil, segundo a Agepen.

Outra execução – No dia 21 de março, Divino Ferreira, 28, o “Chimbinha”, ligado ao Comando Vermelho, foi morto por presos do PCC (Primeiro Comando da Capital). Antes de ser enforcado, ele foi obrigado a gravar um vídeo admitindo ser simpatizante da facção carioca e que por isso iria morrer. O vídeo tinha as vozes de outros dois presos, ordenando as falas de “Chimbinha”.

Um segundo vídeo, que circulou nas redes sociais, mostrava detentos cometendo o assassinato por enforcamento e depois arrastando o corpo.

“Meu nome é Divino Ferreira, baleei duas crianças e uma senhora. Fui simpatizante do Comando Vermelho, oposição, e hoje venho deixar um recado aqui para todos, que está aqui no MS, no estado do MS, que quem tá aqui é o PCC. É o PCC que tá na pista aí, dando recado para os ‘coisa brava’, que é a oposição (sic)", afirmou Divino, antes de ser morto.

Condenado por tráfico de drogas, Divino Ferreira tinha sido transferido de Ponta Porã para Dourados no dia 16 de março. A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e a Polícia Civil investigam o assassinato.

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