Padeiro é condenado a 24 anos de prisão por matar companheira
Juliano Azevedo Cardoso participou virtualmente de júri, na tarde desta quarta-feira (17)
Foi condenado a 24 anos de prisão o padeiro Juliano Azevedo Cardoso, de 29 anos, réu pela morte de Mikaela Oliveira Rodrigues, 22 de idade, em crime ocorrido setembro de 2023. O acusado sentou no banco dos réus durante a tarde desta quinta-feira (17), no Fórum de Anastácio, distante 122 quilômetros de Campo Grande.
De acordo com os autos do processo, o Conselho do Júri votou pela condenação pelo crime de feminicídio. Juliano participou virtualmente da sessão pois teve a prisão preventiva decretada à época dos fatos. A sentença foi assinada pelo juiz Luciano Beladelli.
Em seu depoimento, o padeiro confessou ter cometido o crime porque descobriu traição - mantendo a versão apresentada durante a prisão em flagrante ocorrida três dias depois do crime. O assassino confesso chegou a fazer publicações nas redes sociais para “se defender” e chegou ameaçar o suposto amante de Mikaela. Os dois viviam juntos há 7 anos.
Ainda segundo o réu, afirmou que voltava de uma lanchonete junto com a família quando percebeu que a esposa estaria trocando mensagens com alguém. A mulher tentava esconder o que estava fazendo, mas em certo momento ele conseguiu tomar o celular da mão da vítima.
Para Juliano, a vítima estaria conversando com um homem, identificado como Jhony, e que as mensagens mostravam que os dois estariam mantendo um relacionamento já que se chamavam de “amor”. Com isso, ele alega que o casal passou a discutir ainda dentro do carro, com as crianças dormindo no banco traseiro.
Ao chegar em casa, o autor confesso afirma que entrou com a esposa na varanda e os filhos ficaram no carro. A discussão continuou ali, até que Mikaela o teria chamado de “corno”. Juliano então diz que neste momento perdeu a cabeça e pegou um canivete, que carregava para todos os lados, e então deu um golpe no ombro da vítima.
De acordo com o relato, após ser ferida, Mikaela foi até o banheiro e então o autor afirmou não se lembrar do que aconteceu depois. Na delegacia, o padeiro afirmou que só recuperou a consciência quando estava em frente à casa do suposto amante da vítima. Juliano então diz que foi tomado pelo desespero ao ver o canivete e as roupas sujas de sangue.
O homem então correu para casa, trocou de roupas e seguiu até a residência de sua mãe com as crianças ainda dormindo no carro. Lá ele disse apenas que havia feito besteira e precisava sair da cidade e ela teria que ir junto para cuidar das crianças. Ainda conforme o depoimento, quando estava saindo da cidade, ele mandou mensagens para o padrasto de Mikaela, acreditando que ele ainda poderia encontrar a vítima com vida e seguiu para Campo Grande, onde deixou os filhos e a mãe na casa de um familiar. Depois, voltou para se entregar à polícia. Juliano terminou o depoimento afirmando que era muito apaixonado pela esposa e que perdeu a cabeça ao saber da suposta traição.
Mikaela foi encontrada morta, pelo padrasto, dentro do banheiro da casa. Após o crime, o padeiro enviou um áudio para o homem contando que havia “feito" e pedindo para que ele fosse olhar o corpo. Na mensagem, ele ainda afirmou que havia descoberto uma traição e por isso matou a mulher. Assim que o padrasto da vítima chegou na casa, ele se deparou com a vítima ensanguentada e com diversas perfurações pelo corpo.
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