Para evitar “resgate”, polícia incinera cocaína avaliada em R$ 75 milhões
Delegado disse devido ao alto valor existia risco de tentativa dos traficantes em recuperar droga
Os 625 quilos de cocaína apreendidos segunda-feira (26) estão sendo incinerados hoje em Dourados, a 251 km de Campo Grande. A possibilidade de os traficantes tentarem recuperar a droga devido ao alto valor levou a Polícia Civil acelerar a destruição.
A carga, formada por 368 quilos de cocaína pura e 257,8 quilos de pasta-base da droga, foram avaliados em pelo menos R$ 75 milhões. De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o quilo da cocaína no Brasil vale R$ 120 mil.
Sob forte esquema de segurança, os fardos de cocaína foram levados da 1ª Delegacia de Polícia Civil, na Rua Cuiabá, até o forno de fábrica de farinha de ossos no Distrito Industrial, onde a droga é incinerada no forno de alta potência.
“Nossa preocupação foi destruir rápido o entorpecente por causa do alto valor de comércio e evitar qualquer embate com os criminosos na tentativa de recuperar a droga e agora vamos seguir nas investigações sobre a propriedade da carga”, afirmou o delegado Erasmo Cubas, chefe do SIG (Setor de Investigações Gerais).
A cocaína foi apreendida por policiais do SIG após três meses de investigação. Os douradenses Jonas Lima Aguiar, 32, e José Espiridião de Lima Junior, 27, foram presos.
Na segunda-feira à tarde, os investigadores chegaram até um lava-rápido na Rua Wilson Dias Pinho, no Jardim Márcia, região leste da cidade. Picape Fiat Strada que estava no local tinha 257 quilos de cocaína divididos em tabletes.
Segundo a polícia, Jonas estava no lava-rápido para vigiar a droga. Entretanto, ele foi solto ontem (28) na audiência de custódia. A defesa alegou que Jonas não tinha ligação com a cocaína.
Apontado como dono da droga, Josias de Lima Júnior foi preso na rua Aquidauana, no BNH 2⁰ Plano, região norte da cidade. Na casa foram encontrados mais 368 quilos do entorpecente. A residência funcionava como entreposto da cocaína, trazida do Paraguai e armazenada em Dourados para depois ser enviada para os grandes centros consumidores do país.
“Grande trabalho do nosso setor de investigações”, afirmou o delegado regional-adjunto de Dourados, Humberto Perez de Lima. Ele acompanhou a incineração no forno da indústria, onde também estão sendo queimados hoje 3.500 quilos de maconha apreendidos pelo SIG nos últimos meses.