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Interior

Pecuarista culpa fumo por resultado de bafômetro, paga fiança e fica solto

Tadzio Ferreira Matrajt foi preso ontem após bater caminhonete RAM em outro carro ao cruzar preferencial

Por Helio de Freitas, de Dourados | 14/11/2023 17:32
Cruzamento das Ruas Oliveira Marques e Mato Grosso, onde ocorreu acidente (Foto: Helio de Freitas)
Cruzamento das Ruas Oliveira Marques e Mato Grosso, onde ocorreu acidente (Foto: Helio de Freitas)

O pecuarista Tadzio Ferreira Matrajt, 36, preso na noite desta segunda-feira (13) em Dourados (a 251 km de Campo Grande) após se envolver em acidente dirigindo sem CNH e desacatar policiais militares, já está em liberdade.

Durante audiência de custódia hoje à tarde, o juiz da 1ª Vara Criminal, Marcelo da Silva Cassavara, estipulou fiança de dez salários mínimos (R$ 13,2 mil) e outras medidas cautelares. O valor foi recolhido e Tadzio já deixou a carceragem da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).

Em depoimento na delegacia, o pecuarista negou que estivesse bêbado, apesar de o teste de bafômetro apontar 0,63 mg/l de álcool no sangue, o que configura crime de trânsito. Tadzio disse acreditar que o exame tenha sido comprometido pelo fumo de pote que ele masca. Segundo sua versão, o fumo é curtido com conhaque.

A versão foi sustentada pela mulher dele, também detida e levada para a delegacia acusada de tentar atrapalhar o trabalho dos policiais militares. Ela alegou que o pecuarista parou de usar bebida alcoólica em janeiro deste ano, após muitos problemas relacionados ao consumo de álcool. A mulher foi liberada após o depoimento, ainda na noite de ontem.

Tadzio e a mulher negaram em depoimento à Polícia Civil as acusações dos PMs, de que houve resistência ao trabalho dos policiais e desacato. Na versão deles, os PMs agiram com truculência e força excessiva.

O juiz determinou como medidas cautelares o recolhimento domiciliar noturno, proibição de frequentar bares, prostíbulos e casas de show e o pagamento da fiança de dez salários mínimos. “Esclareço que o autuado demonstrou possuir condições financeiras compatíveis com a fiança arbitrada, sendo o valor proporcional às circunstâncias do caso concreto”.

A prisão - Sem habilitação desde 2011, quando teve o documento cassado por ser flagrado sobre efeito de substância psicoativa, Tadzio Ferreira Matrajt foi preso após bater sua caminhonete RAM 2500 Laramine em um Honda FIT no cruzamento das ruas Mato Grosso com Oliveira Marques, no Jardim Central.

O Honda FIT seguia pela Mato Grosso, que é preferencial. Apesar de o cruzamento ser bem sinalizado, Tadzio, que seguia pela Oliveira Marques, invadiu a preferencial e atingiu o outro carro.

Ninguém ficou ferido, mas não houve acordo sobre os danos e a Polícia Militar foi chamada. Quando viu a viatura, o pecuarista teria tentado fugir. Parado a 60 metros do local, segundo a ocorrência, o pecuarista desceu da caminhonete bastante alterado, questionando a abordagem policial.

Tadzio teria dito aos PMs que deveriam deixá-lo sair dali porque “não devia nada para ninguém”. Em tom de ameaça, se aproximava da equipe gesticulando com as mãos e sempre com os abraços abertos. Os policiais relataram que nesse momento perceberam que o condutor estava bêbado.

Perguntado se havia ingerido bebida alcoólica, ele negou e teria afirmado: “Saiam daqui! Vocês não têm que saber de nada disso”. Foi preciso pedir apoio de outra viatura para controlar a situação.

Conforme o boletim de ocorrência, Tadzio chegou a colocar a mão sobre o coldre de uma pequena faca que carregava na cintura, momento em que foi dominado, desarmado e colocado no compartimento traseiro da viatura. Na delegacia, ele disse que carrega a faca por causa da lida com pecuária.

Mayra, mulher dele e também levada para a delegacia, e outro homem identificado como Renato – chamado pelo pecuarista ao local do acidente – negaram que tenham tentado atrapalhar o trabalho da PM. A mulher admitiu ter chamado um dos policiais de “covarde”, segundo ela, por ele a tratar com truculência e torcer seu braço. Sobre gravar as cenas com o celular, ela disse que havia consultado um advogado e o profissional informado que a ação é legal.

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