Piloto que ia levar 300 kg de cocaína fica em silêncio no interrogatório
André Acosta, de 34 anos, está preso em Fátima do Sul
O piloto de avião André Acosta, 34, preso sábado (10) na pista do aeroclube de Fátima do Sul (a 239 km de Campo Grande), ficou em silêncio ao ser interrogado na Polícia Civil.
Informalmente, logo após ser detido, ele havia confessado que tinha sido contratado por R$ 80 mil para levar 300 quilos de cocaína da fronteira de Mato Grosso do Sul para São Paulo. Na delegacia, no entanto, acompanhado de dois advogados, ele ficou em silêncio.
O caso é investigado pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). A reportagem apurou que a aeronave prefixo PT-WKZ, de cor branca, foi comprada em Goiânia (GO) e está registrada em nome de uma moradora de Ponta Porã (MS), possivelmente “laranja” usada pela organização criminosa.
Natural de São Paulo, André Acosta voava a serviço de garimpeiros em Roraima. A princípio, a polícia não encontrou antecedentes criminais dele.
André voava no espaço aéreo de Mato Grosso do Sul quando foi interceptado por avião Super Tucano da FAB (Força Aérea Brasileira). Temendo ser abatido, o piloto pousou a aeronave na pista do Aeroclube Asas do MS, em Fátima do Sul.
Já a par do voo clandestino, o Dracco acionou a Polícia Militar e equipe da Força Tática foi até o aeroclube e encontrou o avião e o piloto. André Acosta disse aos policiais que havia decolado de Campo Grande com destino à fronteira. Ele não revelou se seria na fronteira com o Paraguai ou a Bolívia.
O piloto informou ainda que pousou em Fátima do Sul para reabastecimento e depois levantou voo com destino à fronteira, onde a cocaína seria carregada e depois levada para São Paulo.
Entretanto, avisado que teria sido flagrados por forças policiais e seria interceptado, ele decolou com urgência antes de a droga ser carregada e voltou para a pista do aeroclube, onde foi preso.
As licenças do piloto estavam vencidas há quatro anos e desde 2018 ele comandava aeronaves de maneira clandestina. André Acosta informou também que o avião interceptado em MS estava suspenso para operações, o que foi confirmado no sistema da Anac (Agência Nacional de Avião Civil).
Durante revista pessoal antes de o piloto entrar na carceragem da delegacia, os policiais encontraram em suas partes íntimas um pedaço de maconha que pesou 15 gramas.
Segundo o Dracco, a droga comprova a gravidade do atentado à segurança de voo pelo fato de o piloto comandar aeronaves irregulares, com licença vencida e ainda sob influência de entorpecentes.
O Dracco foi até Fátima do Sul e efetuou a apreensão da aeronave em razão das irregularidades, bem como fez a prisão em flagrante do piloto por associação ao tráfico e por ter praticado atentado à segurança de voo. Ainda foi lavrado termo circunstanciado de infração penal em razão do porte de drogas para consumo pessoal.
André Acosta segue preso na carceragem da Polícia Civil em Fátima do Sul. As investigações continuam.