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Interior

PM aguarda Polícia Federal e Funai para apaziguar confronto em fazenda

Caroline Maldonado | 28/11/2014 12:18
Polícia Militar conversa com os índios e pede presença de Polícia Federal e Funai para solucionar conflito (Foto: Divulgação)
Polícia Militar conversa com os índios e pede presença de Polícia Federal e Funai para solucionar conflito (Foto: Divulgação)

Policiais militares de Aquidauana, a 135 quilômetros de Campo Grande, estão próximo a fazenda Maria do Carmo, no distrito de Taunay, nesse momento ocupada por aproximadamente 300 indígenas Terena, que reclamam a posse da terra, enquanto proprietários e visitantes permanecem na sede, com portas fechadas, pedindo a presença da Polícia Federal.

Segundo o coronel Renato Tolentino, proprietários da fazenda estão dentro da sede evitando o confronto e duas lideranças estão no destacamento da Polícia Militar conversando com os policiais e o representante da Funai (Fundação Nacional do Índio), Valdir João.

Na avaliação do coronel, por enquanto, os índios que estão no local desde as 4h, parecem não ter intenção de acirrar o confronto, já que estão conversando com os policiais, mas é urgente a presença da PF (Polícia Federal) e MPF (Ministério Público Federal) para assumir as negociações com indígenas e proprietários da fazenda.

“Nós estamos acompanhando e está sendo possível conversar com os índios, mas eles dizem que não vão sair e os proprietários também não vão sair, então a situação pode piorar se a PF ou MPF não chegarem”, alarmou o coronel.

Valdir João, que substitui o chefe da Coordenação Técnica Local da Funai (Fundação Nacional do Índio) de Aquidauana, Azimiro Dias, está no local junto a PM e lideranças indígenas. Ele conta que já entrou em contato com a Funai de Campo Grande para solicitar que acionem a PF, mas ainda não obteve resposta. “Está dando para conversar com o pessoal, mas a tendência e ficar mais perigoso a noite se não chegar a PF”, alertou Valdir.

Confronto – A filha da proprietária, Maria Aparecida, 50 anos, está dentro da casa da fazenda junto com mais cinco pessoas. Ela conta que já pediu atenção da Polícia Federal e reclama ação da PM, que se mantém a três quilômetros da sede da propriedade. “Estamos reféns aqui na nossa própria casa e os índios ficam gritando e provocando a todo momento. Estão avançando a posição”, disse, ao destacar que se sente "refém na própria casa".

Segundo Maria, os índios chegaram por volta das 4h fazendo ameaças e fizeram disparos de arma de fogo contra os carros que que adentravam. “Eles fizeram barricada na ponte e quando as caminhonetes foram passar, eles alvejaram o carro. A caminhonete está toda furada. Sorte que ninguém foi atingido”, contou.

Fazendeiros dizem que foram alvos de pedradas e tiros que atingiram os carros (Foto: Divulgação)
Fazendeiros dizem que foram alvos de pedradas e tiros que atingiram os carros (Foto: Divulgação)

Os índios negam as agressões e dizem que homens armados atentaram contra eles com armas de fogo durante a madrugada. Segundo a PM, usam arco e flecha, além de borduna, um bastão de madeira que pode ser usado em confrontos. Segundo o coronel Tolentino, esses são os únicos armamentos percebidos em posse dos índios. O representante da Funai confirma a informação, mas acredita que embora os índios não tenham arma de fogo muito possam se machucar caso haja confronto.

Ana Cásia Pedrossian, amiga dos proprietários da fazenda Maria do Carmo, está na sede e relata o momento em que chegou no local nessa manhã. “Chegamos as 6h pra fazer serviço de gado e armados os índios fizeram barricada para não passarmos pela ponte. Meu marido decidiu seguir em frente e eles foram abrindo, mas atiraram e atingiram o carro, além de jogar pedras no carro, que ficou amassado”, relata a dona da fazenda Petrópolis, em Miranda, a 201 quilômetros de Campo Grande.

Solidária aos donos da fazenda ocupada, Ana Cássia questiona o interesse dos Terena pela área. “Que conversa pacífica eles querem se atiram e não tem nem como sair, fazendo terrorismo, batendo pau e brigando para guerra? Quem é vitima da história, eles ou nós que temos nosso direito cerceado?”.

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