Polícia descarta conflito agrário e investiga motivação de morte de índio
A Polícia Civil já sabe que o indígena Celso Figueiredo, de 34 anos, não foi morto devido a conflito agrário. No entanto, ainda não constatou qual a motivação para o assassinato que aconteceu às 5h30min dessa quinta-feira, na fazenda Califórnia, em Paranhos, a 469 quilômetros de Campo Grande. “Não foi conflito agrário nem animosidade entre índios e fazendeiros. Estamos investigando”, disse o delegado responsável pela investigação, Rinaldo Moreira.
O suspeito do homicídio, o funcionário da propriedade rural, Ivonei Gabriel Vieira, de 34 anos apenas diz que não foi ele quem matou o indígena. Ele deve dar mais esclarecimentos sobre o caso na segunda-feira (17), na presença de advogados.
Ivonei foi preso no fim da tarde e autuado em flagrante por posse de arma de fogo. A Polícia Civil apura o envolvimento de outras pessoas no assassinato.
Na casa do suspeito foram encontradas munições, uma espingarda calibre 28, uma camiseta branca com resquícios de sangue e um capacete na cor preta, semelhantes aos usados pelo autor do crime, conforme informações do pai da vítima, Alessandro Figueiredo, à Polícia.
Sobre a arma, Ivonei disse que é utilizada como segurança pois há muitos animais perigosos na fazenda e em relação ao sangue disse que pode ser de carneiro.
A espingarda apreendida foi encaminhada para perícia e será confrontado o calibre da arma com os projéteis encontrados no local do crime.
Morte - A vítima estava com o pai e ia receber um pagamento por serviços prestados na fazenda Califórnia, quando foi surpreendido por um homem de moto, que estava encapuzado.
O homem, armado com uma espingarda e uma pistola, parou a moto próxima dos dois e atirou contra o índio. O pai da vítima disse à Polícia que assim que viu o filho baleado, correu de volta para a aldeia, onde moram, para pedir ajuda, mas Celso não resistiu ao ferimento e morreu no local.