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Interior

Capataz de fazenda nega relação de morte de índio com disputa de terra

Viviane Oliveira | 13/06/2013 12:43

O capaz da fazenda Califórnia, Roberto Carlos Medeiros, de 48 anos, diz que morte do índio Celso Figueiredo, de 34 anos, na madrugada de ontem, não tem relação com disputa de terra em Paranhos, distante 469 quilômetros de Campo Grande.

Celso estava com o pai e ia receber um pagamento por serviços prestados na fazenda, quando foi surpreendido por um motociclista, que estava encapuzado. O homem, armado com uma espingarda e uma pistola, parou a moto próxima dos dois e atirou contra o índio.

De acordo com o capataz, Celso havia colocado uma cerca na fazenda e estava indo receber o valor de R$ 600, quando foi morto. “Volte e meia eu contratava ele para trabalhar com a gente”, relata Roberto, dizendo que na propriedade além dele, trabalham mais dois peões.

Roberto, que prestou depoimento hoje na Delegacia de Polícia Civil de Paranhos, afirma que a fazenda não faz parte das terras reivindicadas pelos índios Kaiowá-Guarani.

O delegado responsável pelo caso, Rinaldo Moreira, começou a ouvir testemunhas e, conforme informações preliminares, afirma que o crime não foi por conflito de terra.

No site do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), o cacique Nicolau Guarani, da Aldeia Paraguaçu onde o índio morava, afirma que a fazenda Califórnia faz parte das três propriedades reivindicadas por eles na região.

Paranhos, que fica no sul do Estado, é palco há de conflitos entre indígenas e fazendeiros que mantêm terras em áreas de ocupação tradicional Guarani. Em 2009 dois professores, Olindo e Genivaldo Verá, desapareceram durante conflito com fazendeiros na região. Dias depois o corpo de Genivaldo foi encontrado em um açude. Do Rolindo até hoje não foi localizado.

Neste ano, 3 índios foram baleados durante conflito em locais de disputa fundiária em Mato Grosso do Sul. Além de Celso, o terena Josiel Gabriel continua internado na Santa Casa após ter sido atingido em Sidrolândia, durante ocupação da fazenda São Sebastião e o primo dele, Otoniel Gabriel morreram durante desocupação da fazenda Buriti, no mesmo município.

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