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Interior

Policiais que vigiavam radialista estavam distantes na hora de assassinato

Dois agentes saíram de frente da rádio exatamente no momento em que pistoleiro matou Humberto Coronel

Helio de Freitas, de Dourados | 06/09/2022 17:32
Local da execução de Humberto Coronel, hoje em Pedro Juan Caballero (Foto: Marciano Cândia/Última Hora)
Local da execução de Humberto Coronel, hoje em Pedro Juan Caballero (Foto: Marciano Cândia/Última Hora)

Dois policiais estavam designados para vigiar a entrada da rádio Amambay 570AM onde trabalhava o radialista e jornalista paraguaio Humberto Coronel, 33, executado a tiros por pistoleiro solitário no início da tarde de hoje (6) em Pedro Juan Caballero.

Entretanto, por motivos até agora não esclarecidos, no exato momento do ataque, os dois homens estavam distantes do local onde deveriam. Os dois conversavam na esquina quando o pistoleiro de moto se aproximou e disparou vários tiros na direção de Humberto Coronel.

O radialista deixava a emissora para o almoço e foi atingido no momento em que entrava em seu carro, um Golf prata. Alguns tiros acertaram o veículo. Segundo a promotora de Justiça Katia Uemura, Humberto foi atingido por oito tiros e morreu no ato.

A rádio Amambay 570AM faz parte da rede de emissoras de propriedade da família do prefeito José Carlos Acevedo Quevedo, ferido a tiros por pistoleiros no centro de Pedro Juan Caballero em maio e morto quatro dias depois em decorrência dos ferimentos.

Em junho deste ano, Humberto Coronel e o também radialista Gustavo Manuel Baéz Sánchez, 28, funcionário da mesma emissora, foram vítimas de ameaça. Mensagem escrita em cartaz deixado na frente da rádio afirmava que os dois sabiam demais e seriam eliminados.

Dois homens da Polícia Nacional passaram a vigiar a emissora após as ameaças, mas a medida não foi suficiente para preservar a vida do radialista.

“É uma boa pergunta a ser feita aos dois policiais”, respondeu comissário José Nery Portillo ao ser cobrado por repórteres da fronteira sobre o motivo de os agentes terem se afastado da entrada da rádio no exato momento do atentado.

Já o comissário Rubén Paredes disse que após as ameaças ocorridas em junho, a Polícia Nacional ofereceu proteção pessoal aos dois radialistas, mas Humberto Coronel teria rejeitado a segurança, afirmando que ele próprio lidaria com a situação.

Velório – O corpo de Humberto Coronel será velado a partir de 19 de hoje no Salão Memorial Pax Amambay, em Pedro Juan Caballero. O enterro será em Arroyito, povoado localizado no departamento de Concepción, a 145 quilômetros de Pedro Juan Caballero.

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