Preso há seis dias, ex-secretário é mantido como coordenador do Samu
Renato Vidigal foi preso no dia 6 na segunda fase da Operação Purificação e desde sábado está na Penitenciária de Dourados
Preso há seis dias na segunda fase da Operação Purificação, deflagrada pela Polícia Federal e pela CGU (Controladoria-Geral da União), o médico Renato Garcez Vidigal continua ocupando o cargo de coordenador do Samu (Serviço Móvel de Urgência).
Desde sábado (9), o médico e o promotor de eventos Raphael Henrique Torraca Augusto, 36, o “Pardal”, diretor nomeado na Secretaria de Saúde no período em que Vidigal foi titular da pasta, estão na PED (Penitenciária Estadual de Dourados).
Fiscalização da CGU e investigação da PF apontam Renato e Raphael como sócios da empresa Marmiquente, que tinha contrato de R$ 1,8 milhão com a prefeitura para fornecer alimentos à Funsaud (Fundação de Saúde de Dourados).
O Campo Grande News falou procurou a assessoria de imprensa da prefeitura e com o secretário municipal de Governo Celso Schuch dos Santos para saber se Renato será substituído na coordenadoria do Samu, mas não conseguiu resposta.
Secretário de Saúde de janeiro de 2017, quando a prefeita Délia Razuk (PTB) assumiu a prefeitura, até janeiro deste ano, Renato Vidigal tem salário líquido de R$ 17,4 mil para chefiar o Samu, segundo o portal da transparência.
Investigação – A segunda fase da Operação Purificação investiga conluio na contratação de três empresas fornecedoras da Secretaria de Saúde de Dourados. Além da Marmiquente, a PF investiga os negócios da prefeitura com a empresa de transporte Maranata, contratada para carregar pacientes, e com uma loja de serviços de informática cujo nome é desconhecido. As três teriam sido favorecidas através de licitações suspeitas. O caso está em segredo de justiça.
Renato Vidigal foi preso em Dourados, na manhã de 6 deste mês. Raphael Torraca estava em Florianópolis (SC) e se apresentou dois dias depois à Polícia Federal. Além das prisões, a operação cumpriu sete mandados de busca em Dourados e um em Presidente Epitácio, interior de São Paulo.
Entre os locais vasculhados em Dourados estavam a Secretaria de Saúde e o Samu. A PF apreendeu materiais, dois carros e R$ 8.860 em dinheiro.
Fiscalização da CGU descobriu ligação de Renato Vidigal e Raphael Torraca com a Marmiquente Comércio de Bebidas e Alimentos Ltda., contratada por dispensa de licitação pela prefeitura.
Segundo a Controladoria, o representante da Marmiquente Ronaldo Gonzales Menezes – preso na primeira fase da operação, em fevereiro deste ano – Renato Vidigal e Raphael Torraca foram sócios na empresa Safety Assessoria, Planejamento e Execução em Segurança Ltda., de 11 de dezembro de 2012 a 4 de dezembro de 2014.
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