Ex-secretário de Saúde é preso em 2ª fase de operação da Polícia Federal
Purificação 2 foi deflagrada nesta quarta em Dourados; dois mandados de prisão e oito de busca estão sendo cumpridos
Dois mandados de prisão e oito de busca e apreensão estão sendo cumpridos nesta quarta-feira (6) em Dourados, a 233 km de Campo Grande, na segunda fase da Operação Purificação, que investiga desvio de verbas federais na área da saúde. Os alvos são o ex-secretário de Saúde Renato Vidigal e um servidor público municipal cujo nome ainda não é conhecido.
O Campo Grande News apurou que Renato Vidigal, atual coordenador do Samu (Serviço Móvel de Urgência), foi preso em Dourados. O servidor não foi localizado porque está viajando e deve se apresentar à PF.
A operação de hoje é feita em conjunto com a Controladoria Geral da União, Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual. Entre os locais onde as buscas estão sendo feitas está a sede da Secretaria Municipal de Saúde, na Rua Coronel Ponciano.
De acordo com a PF, a investigação busca apurar desvios de verbas públicas federais na área da saúde, mais especificamente na contratação de serviços de transporte para Secretaria Municipal de Saúde e de serviços de informática para a Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados), que administra o Hospital da Vida e a UPA (Unidade de Pronto Atendimento).
A investigação iniciada em setembro de 2018 com base na análise dos contratos públicos constatou desvio superior a R$ 2 milhões. O trabalho descobriu também que uma empresa contratada através de dispensa de licitação pela Secretaria Municipal de Saúde para fornecer refeições seria de propriedade de Renato Vidigal e de outro servidor público municipal.
Conforme a PF, também estão sendo investigadas fraudes em certame licitatório. Foram descobertos indícios de direcionamento para contratação de determinada empresa para o serviço de transporte da Secretaria Municipal de Saúde.
“Outro vértice da investigação trata do direcionamento, em razão de dispensa de licitação, para contratação de empresa de informática para realização de serviços na Funsaud”, afirma a PF.
A investigação aponta para indícios de desvios de verba pública, prática de crimes tipificados na Lei de Licitações e na Lei de Organização Criminosa.
Os mandados de prisão e de busca foram expedidos pela 1ª Vara Federal em Dourados e são cumpridos na cidade e Presidente Epitácio (SP). A Polícia Federal dará mais detalhes da operação em entrevista coletiva às 10h, na delegacia em Dourados.