MP investiga irregularidade no preparo de alimentos servidos a pacientes
Alvo da investigação é a Marmitaria Comadre Maria, contratada pela Funsaud para fornecer alimentos a pacientes de hospital e da UPA
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul está investigando indícios de irregularidades na empresa Marmitaria Comadre Maria, contratada para fornecer alimentos a pacientes do Hospital da Vida e da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), em Dourados, a 233 km de Campo Grande.
No dia 12 deste mês, outra marmitaria que já forneceu alimentos para as mesmas unidades, a Marmiquente, foi alvo da Operação Purificação, deflagrada pela Polícia Federal. A empresa tinha contrato de R$ 1,8 milhão por ano com o município.
Mandados de busca também foram cumpridos na sede da Funsaud (Fundação de Saúde de Dourados) e na Secretaria Municipal de Saúde. Ronaldo Gonzales Menezes, citado como representante legal da Marmiquente nas licitações, foi preso temporariamente.
Agora, o MP estadual está investigando uma série de inconformidades no processo de produção, transporte e armazenamento da alimentação produzida pela Marmitaria Comadre Maria.
As suspeitas de irregularidades foram constadas em inspeção requisitada pelo MP e feita pelo Conselho Regional de Nutricionistas e confirmadas pela Vigilância Sanitária do município.
Entre os problemas está um acesso da área onde são produzidos os alimentos ao lado de fora sem tela, o que permite a entrada de insetos e roedores, segundo o relatório do conselho.
Falta de controle de temperatura dos alimentos e até funcionários mexendo com a comida sem luvas foram outras situações verificadas.
Em resposta a notificações do MP, a empresa reconheceu a necessidade de mudanças para atender a Funsaud, disse que havia contratado uma nutricionista, mas pediu prazo de 90 dias para atender a todas as exigências.
Entretanto, segundo o promotor Etéocles Brito Mendonça Dias Júnior, afirma que mesmo após vencido o prazo concedido para a empresa se adequar, a Funsaud constatou que a maioria dos problemas continua, principalmente em relação à parte de estrutura física.
A empresa e a Secretaria de Saúde de Dourados têm dez dias para se manifestarem ao MP sobre a investigação em andamento.