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Interior

Preso por furto de droga e porte ilegal, delegado diz que achou arma na rua

Numa primeira versão, Eder Moraes disse que tinha ganhado o revólver calibre 38 de um colega delegado

Aline dos Santos | 31/01/2020 09:36
Delegado Eder Moraes foi preso em junho do ano passado pela Corregedoria da Polícia Civil. (Foto: Reprodução)
Delegado Eder Moraes foi preso em junho do ano passado pela Corregedoria da Polícia Civil. (Foto: Reprodução)

Acusado de deixar janela aberta para furto de 101 quilos de cocaína na delegacia de Aquidauana, o delegado Eder Oliveira Moraes também é réu por porte irregular de arma de fogo e disse que encontrou na rua o revólver apreendido em sua casa.

“Foi numa estrada. Quem viu a arma foi a esposa dele. Ele pegou, guardou e desmuniciou para posterior providências, mas não houve tempo. Logo em seguida, teve o mandado de prisão”, afirma o advogado Irajá Pereira Messias, que atua na defesa do delegado.

Numa primeira versão, Eder Moraes disse que tinha ganhado o revólver calibre 38 de um colega delegado. “Foi uma versão nascida do receio que ele tinha de que isso pudesse implicar a esposa, foi uma precipitação”. O delegado foi preso em 24 de junho do ano passado pela Corregedoria da Polícia Civil.

No processo de posse irregular de arma de fogo de uso permitido, o MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) considerou a versão pouco convincente.

“A versão de que achou a arma na rua não convence. Em primeiro lugar, se isso fosse verdade, por que o réu não afirmou aos policiais civis que cumpriram a busca naquele primeiro momento? Seria o comportamento lógico de qualquer ser humano informar que aquela arma teria sido por ele encontrada e que por esquecimento deixou em casa”, afirma o promotor Antenor Ferreira de Rezende Neto.

O processo, que tramita na Vara Criminal de Aquidauana, está na etapa de alegações finais, fase que antecede a sentença.

Eder Oliveira Moraes segue preso na 3ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande. De acordo com a defesa, foram negados, recentemente, dois habeas corpus. “Mas ainda há fundamentos muito interessantes para um terceiro habeas corpus”, diz.

Furto na delegacia – Em outro processo, denúncia do Ministério Público detalha que o delegado, que tem 19 anos de carreira, definiu as datas, o trajeto e deixou janela basculante aberta na delegacia de Aquidauana para o furto da droga.

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) apreendeu a cocaína em 30 de maio. A carga foi deixada numa sala da delegacia, que funcionava como depósito e só poderia ser aberta com a presença de dois escrivães. O furto foi concretizado nas madrugadas de 6 e 10 de junho. O delegado também responde a processos por estupro de adolescentes, peculato e improbidade administrativa.

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