ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, DOMINGO  17    CAMPO GRANDE 25º

Interior

Quadrilha cruzava MS com duas toneladas de cocaína todo mês

Traficantes utilizavam mecanismos de fundos falsos em caminhões para transportar droga para São Paulo e Espanha

Mariana Castelar | 29/06/2016 16:23
Apreensão de hoje é considerada a terceira maior do país. (Foto: Polícia Federal)
Apreensão de hoje é considerada a terceira maior do país. (Foto: Polícia Federal)

Quadrilha especializada no tráfico de cocaína entre a Bolívia, Brasil e Espanha movimentava duas toneladas da droga por mês, que passvam por Corumbá em Mato Grosso do Sul. Durante a Operação Quijarro desencadeada hoje, a PF (Polícia Federal) de Londrina apreendeu 1,4 mil quilos de cocaína avaliados em US$ 21 milhões. Em todo o país, 79 pessoas foram presas.

A apreensão de hoje é considerada a terceira maior apreensão da droga na história do país. A cocaína da Bolívia é considerada a melhor do mundo e além de abastecer o mercado de São Paulo, era enviada para a Espanha, onde é comercializada a 15 mil dólares por quilograma (atualmente, cerca de R$ 48 mil). 

A cocaína saía da Bolívia, era entregue na cidade sul-mato-grossense e de lá distribuída para São Paulo e Espanha, através do Porto de Santos em caminhões e carretas. A curiosidade é de que eram usados mecanismos sofisticados para esconder a droga dentro de cerca de 70 veículos.

"Compartimentos sofisticados" eram utilizados para esconder a droga. (Foto: Polícia Federal)
"Compartimentos sofisticados" eram utilizados para esconder a droga. (Foto: Polícia Federal)

De acordo com o delegado Elvis Secco da PF de Londrina, os caminhões tinham um fundo falso bastante modificado, o que dificultava que a droga fosse encontrada. “A cocaína ficava na parte de metal das carretas, e que só era possível identificar depois de passar por um raio x”, explica.

Para disfarçar, os caminhoneiros transportavam materiais lícitos, com documentações corretas, principalmente minério de Corumbá. A investigação durou um ano e meio e contou com apoio da polícia boliviana.

O núcleo boliviano produzia cerca de duas toneladas de cocaína por mês, cujo valor de mercado gira em torno de 30 milhões de dólares (R$ 96 milhões). A PF apreendeu ainda,14 carretas utilizadas para buscar a cocaína em Corumbá e levá-la a Vinhedo, que estavam registradas em nomes de parentes e amigos dos envolvidos.

Secco declarou que com a participação da polícia boliviana foi possível prender o núcleo responsável pela introdução da cocaína no território nacional. Segundo ele, o casal boliviano que foi preso estava foragido da Bolívia e eram os traficantes mais procurados naquele país.

“Conseguimos localizar essas pessoas, conduzi-las por deportação porque estavam ilegais no país até solo boliviano e entregar regularmente à polícia, que executaram a prisão”, detalha. No decorrer da investigação foram apreendidos quase quatro toneladas de cocaína.

Duas pessoas estão foragidas, uma da capital paulista e outra de Presidente Prudente (SP). Os nomes dos detidos não foram divulgados.

(Colaborou o repórter Diego Prazeres, da Rádio Alvorada, de Londrina)

(Foto: Polícia Federal)
(Foto: Polícia Federal)
(Foto: Polícia Federal)
(Foto: Polícia Federal)

Nos siga no Google Notícias