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Interior

Santa Casa não paga dívida de R$ 1 milhão e enfermeiros ameaçam iniciar greve

Liana Feitosa | 15/09/2014 15:26

A Santa Casa de Corumbá, distante 419 km de Campo Grande, tem uma dívida de R$ 1 milhão com trabalhadores do hospital. A justiça já determinou o pagamento dos salários em atraso, mas, segundo funcionários, a junta administrativa da Sociedade Beneficente de Corumbá demonstra descaso ao negociar o Acordo Coletivo de Trabalho. Por isso, os profissionais de enfermagem indicam a possibilidade de paralisação das atividades caso a situação não se resolva.

Segundo o presidente do Siems (Sindicato dos Trabalhadores em Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Lazaro Santana, os profissionais reivindicam 16,43% de reajuste salarial, mas receberam contraproposta de apenas 6%.
"A defasagem no salário dos profissionais de enfermagem é de 35%. Prova disso é que cobramos na justiça e fomos vitoriosos com a determinação de pagamento de R$ 1 milhão referente a reajuste salarial dos últimos anos e abonos assiduidades", contextualizou Lazaro via assessoria de imprensa.

"No entanto, enquanto o hospital não repassa o valor estipulado juridicamente, tentamos negociar um percentual menor que o déficit, buscando alternativas para que os salários não sejam ainda mais prejudicados. No entanto, a contraproposta de 6% é considerada indecente pela categoria e demonstra má-vontade dos administradores e das autoridades públicas para com os profissionais", explica, em nota.

Pedidos - Além do reajuste de 16,43%, a categoria pede 30% de auxílio creche para as profissionais que trabalham no período noturno, 20% de gratificação de exclusividade, 10% de gratificação por desenvolvimento educacional e uma folga a cada domingo trabalhado.

Para isso, o presidente do sindicato afirma que busca diálogo desde janeiro. "Enviamos ofício para início das negociações no dia 28 de janeiro e só recebemos a primeira resposta no dia 15 de maio, já com a proposta de percentual rebaixado de 6%. Diante da inflexibilidade da junta administrativa em aumentar o índice, o sindicato solicitou a participação do núcleo de mediação do MTE/MS (Ministério do Trabalho e Emprego de Mato Grosso do Sul)", conta.

Uma mesa redonda está agendada para o dia 19, em que o Siems e a Sociedade Beneficente de Corumbá, intermediada pela Superintendência Regional do Trabalho de MS, se reunirão. O sindicato garante que, caso as negociações não avancem, será publicado um edital convocando os trabalhadores para uma assembleia geral e, possivelmente, será instaurada greve.

"Existe uma frustração por parte do trabalhador em enfermagem com a postura não apenas dos representantes administrativos do hospital, mas também das autoridades públicas que estão a par da realidade dos profissionais, mas, nada fazem para melhorar. Em épocas de eleições propagandeiam que irão melhorar a saúde, quando na realidade fecham os olhos para os problemas que de fato existe em suas regiões", afirma Lazaro.

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