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Interior

Secretaria de Saúde aponta “sucessivas crises” e troca gestora de hospital

Instituto Gerir deixará o comando do Hospital Regional de Ponta Porã também sob o argumento de problemas em outras unidades por ele administradas

Humberto Marques | 19/03/2019 15:01
Hospital Regional de Ponta Porã não será mais gerido pelo Instituto Gerir, governo busca nova OS. (Foto: Ponta Porã Informa/Reprodução)
Hospital Regional de Ponta Porã não será mais gerido pelo Instituto Gerir, governo busca nova OS. (Foto: Ponta Porã Informa/Reprodução)

A Secretaria de Estado de Saúde anunciou nesta terça-feira (19) que, diante de “sucessivas crises”, decidiu pela substituição da OS (Organização Social) responsável pela gestão do Hospital Regional de Ponta Porã –a 329 km de Campo Grande. O Instituto Gerir será retirado do comando da instituição em meio a uma série de reclamações, por parte de funcionários, referentes a falta de condições de trabalho e atrasos salariais.

Na noite anterior, enfermeiros anunciaram cruzar os braços por não terem recebido os vencimentos de fevereiro, situação que já havia se repetido anteriormente. O governo estadual busca meios para efetuar diretamente os pagamentos aos servidores no hospital, o primeiro do Estado a ter a gestão entregue à iniciativa privada por meio de admissão de OSs.

O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, confirmou ao Campo Grande News que o contrato com o Gerir será suspenso. Nesta tarde, já tiveram início tratativas visando a encontrar uma entidade que a substitua no comando da unidade de saúde. “Está em processo de escolha, mas ainda não foi definida”, resumiu-se a dizer o secretário, em reunião para tratar deste e outros temas do setor.

Em nota, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) confirmou a substituição do Instituto Gerir, que assumiu o HR Dr. José Simone Netto em 2016, com a promessa de modernizar o sistema de gestão, gerando economia e melhoria nos serviços. Hoje, porém, foi relatado que se optou por mudar a administração em virtude de “sucessivas crises”, bem como da falta de cumprimento de metas as ações judiciais que o Gerir enfrenta em outros Estados, “o que impossibilita o pagamento de fornecedores e servidores daquela instituição”.

Geraldo, via assessoria, havia antecipado que a substituição visa a evitar a paralisação de serviços. No entanto, o Estado vai insistir na terceirização do setor.

“Com essa decisão, o governo do Estado não quer abandonar esse modelo de gestão. Queremos dar a oportunidade para outra Organização Social por considerarmos que essa é uma forma de gestão moderna, que possa dar celeridade e, como resultado, um atendimento melhor para a população usuária do SUS (Sistema Único de Saúde)”, disse.

Alternativas – A SES constrói, neste momento, alternativas para pagar diretamente os salários de enfermeiros, médicos e administrativos do HR de Ponta Porã –que é referência também para os municípios de Amambaí, Antônio João, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Paranhos, Ponta Porã, Sete Quedas e Tacuru, atendendo ainda pacientes de baixa e média complexidade em unidades de internação e UTI adulta.

A pasta elabora ainda nesta terça o contrato de gestão junto a uma nova OS, ainda a ser definida.

A situação no hospital vinha sendo monitorada por uma equipe local do Núcleo Regional de Ponta Porã e da Comissão de Acompanhamento Contratual de gestão. O Instituto Gerir cumprir, até aqui, 66% das metas estabelecidas no contrato. Os repasses são feitos a partir do atingimento desses objetivos, qualitativos e quantitativos que permitam dar eficiência, eficácia e efetividade ao atendimento exclusivo a pacientes do SUS.

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