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Interior

Sem aula há 35 dias, prefeitura ainda não entregou alimentos a alunos

Recomendação feita pelo MP no dia 25 de março ainda não foi cumprida; prefeitura tem dificuldade para montar cestas

Helio de Freitas, de Dourados | 28/04/2020 14:59
Merendeira serve pratos de alunos em centro de educação infantil de Dourados antes da paralisação das aulas (Foto: Divulgação)
Merendeira serve pratos de alunos em centro de educação infantil de Dourados antes da paralisação das aulas (Foto: Divulgação)

Trinta e cinco dias depois da suspensão das aulas na rede municipal de ensino por causa da pandemia do novo coronavírus, os estudantes de escolas e centros de educação infantil de Dourados, a 233 km de Campo Grande, ainda não receberam os kits de alimentos prometidos pela prefeitura. São pelo menos 30 mil alunos matriculados em 45 escolas e 39 unidades de educação infantil.

No dia 25 de março, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul recomendou distribuição de alimentos, principalmente aos estudantes mais pobres, que ficaram sem a merenda escolar devido à suspensão das aulas.

Mesma recomendação foi feita ao município de Laguna Carapã, que pertence à comarca de Dourados. Naquele município a entrega dos alimentos a 600 dos 1.000 alunos matriculados nas escolas municipais começou menos de uma semana depois.

Assinada pelos promotores Etéocles Brito Mendonça Dias Junior, Luiz Gustavo Camacho Terçariol e Ricardo Rotunno, a recomendação citou que a prefeitura não fez previsão de distribuição de alimentação para os alunos necessitados durante a suspensão das aulas.

O MP lembrou que a alimentação escolar é a principal refeição de boa parte dos alunos, por isso recomendou providências necessárias para fazer a distribuição de alimentos aos estudantes carentes, em especial aos beneficiários do programa Bolsa Família.

Na época, a Prefeitura de Dourados informou que já estava tomando providências. Foi ventilada a possibilidade de nova licitação para comprar os kits, mas a ideia foi abandonada e a prefeitura decidiu utilizar os produtos fornecidos pelas empresas que já abasteciam as escolas.

Alimentos que já estavam na cozinha das escolas também foram requisitados para a montagem das cestas. Entretanto, quase 40 dias depois, nenhuma família de aluno recebeu os produtos até agora.

A reportagem apurou nesta terça-feira (28) que a prefeitura mapeou pelo menos oito mil alunos que necessitam receber os alimentos, mas a prefeitura enfrenta dificuldade para montar as cestas.

Servidores da Secretaria de Educação estão, desde a semana passada, separando os alimentos no almoxarifado que funciona na Rua Coronel Ponciano. A ideia da prefeitura é atender inicialmente os alunos mais pobres, com cesta formada por 16 itens. Entretanto, ainda não tem previsão de quando a entrega começará a ser feita.

O secretário de Educação Upiran Jorge Gonçalves estava com o celular desligado nesta tarde. A assessoria de imprensa da prefeitura não se manifestou. O procurador-geral do município Sérgio Henrique Pereira Martins de Araújo disse que os kits de alimentos estão sendo preparados.

Férias – Amanhã, a prefeitura deve publicar decreto antecipando para maio as férias de julho. A medida deve seguir decisão do governo do Estado, que antecipou as férias nas escolas estaduais para o período de 4 a 18 do próximo mês.

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