Sequestrado teve de caminhar até chegar em aldeia, onde passou a noite
Peter Reimer foi solto perto de Capitán Bado, município que fica na linha internacional com MS
O eletricista menonita Peter Reimer Loewen, 23, que voltou para casa hoje (14) depois de oito dias em poder de guerrilheiros do EPP (Exército do Povo Paraguaio), teve de andar a pé do local onde foi solto até a aldeia indígena Jeroky Roka, onde passou o resto da noite.
Levado sob a mira de armas de uma fazenda nos arredores de Santa Rosa del Aguaray, no departamento de San Pedro, Peter foi solto nos limites entre esse município e Capitán Bado, que fica na linha internacional com Mato Grosso do Sul e cujo núcleo urbano é separado por uma rua de Coronel Sapucaia.
O ponto em que o rapaz foi libertado após seus familiares distribuírem 500 mil dólares em donativos para famílias pobres (exigência do EPP) fica a quase 300 quilômetros de San Alfredo, povoado pertencente ao departamento de Concepción e distante 78 km do município de Caracol (MS).
David Reimer, pai de Peter, disse que por volta de 6h da manhã de hoje, ele foi informado pelos sequestradores que o rapaz tinha sido libertado e recebeu instruções de onde deveria procurá-lo.
Com “imensa alegria” pelo filho ter sido solto são e salvo, David comentou que Peter está bem de saúde, embora chocado e emocionalmente deprimido por tudo que teve de passar durante o sequestro. “Ele vai ter um descanso, para que possa se recuperar um pouco”.
O pai do eletricista disse que Peter estava com febre alta quando chegou em casa. “Ele caminhou muito, passou por riachos e por montanhas”. Segundo David, no aviso sobre a libertação, os sequestradores deixaram claro que apenas o pai deveria buscá-lo, caso contrário, Peter seria morto.