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Interior

Silêncio impera e polícia sem pistas de pistoleiros que mataram 2 na fronteira

Não há imagens de câmeras e testemunhas se limitam a informar o modelo dos veículos usados por matadores

Helio de Freitas, de Dourados | 23/02/2022 10:11
Corpo de Joaquim Vinicius minutos após execução ontem, em Ponta Porã. (Foto: Direto das Ruas)
Corpo de Joaquim Vinicius minutos após execução ontem, em Ponta Porã. (Foto: Direto das Ruas)

A polícia tem poucas pistas dos autores das duas execuções ocorridas com intervalo de menos de três horas, ontem (22), em Ponta Porã (a 313 km de Campo Grande). Assim como ocorre em 99% dos crimes de pistolagem na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, não há testemunhas.

Mais uma vez, o silêncio impera entre moradores dos bairros Ipê I e Kamel Saad, onde os crimes aconteceram. Segundo policiais da fronteira, o brasileiro Joaquim Vinicius Miranda Borges, 27, o “Galo”, e o paraguaio Einar Miguel Roja Pinazo, 34, tinham ligações com o crime organizado.

Até agora, os únicos detalhes apurados pelos investigadores são os modelos dos veículos usados pelos pistoleiros. Vinicius foi morto por ocupantes de uma caminhonete Amarok branca. Einar foi executado por pistoleiros de moto. Ainda não há pistas de ligação entre os dois crimes.

Morto na rua – Apontado como membro do PCC (Primeiro Comando da Capital), pelo menos até março de 2018, quando foi preso junto com a mãe guardando armamento pesado para a facção criminosa, Joaquim Vinicius foi fuzilado em plena luz do dia, no cruzamento das ruas São Judas Tadeu e Belmiro de Albuquerque, no residencial Ipê I.

Vinicius conduzia uma BMW 320i branca, registrada em nome de uma empresa com sede em Campo Grande, quando foi fechado pela Amarok. Os ocupantes da caminhonete dispararam vários tiros no carro, que bateu no meio-fio e parou de funcionar.

Já ferido, Vinicius desceu do carro e tentou correr, mas caiu alguns metros à frente e teve a cabeça destroçada pelos tiros disparados por dois pistoleiros, que desceram da Amarok e o perseguiram.

O boletim de ocorrência da Polícia Civil relata que foram recolhidas cápsulas deflagradas de fuzil e de pistola, mas não informa a quantidade. Imagens que circularam em grupos do aplicativo WhatsApp mostravam a vítima com a cabeça e parte dos braços destroçados por tiros.

Agentes do SIG (Setor de Investigações Gerais) foram ao local, mas não localizaram nenhuma testemunha ocular. Dentro da BMW, foi encontrada CNH em nome de uma mulher. O documento foi entregue para a irmã de Vinicius e o carro levado para o pátio da delegacia.

Movimentação no local onde paraguaio foi executado ontem, em Ponta Porã. (Foto: Direto das Ruas)
Movimentação no local onde paraguaio foi executado ontem, em Ponta Porã. (Foto: Direto das Ruas)

Na frente de casa – Einar Miguel Roja Pinazo, que completou 34 anos na segunda-feira (21), foi executado na frente de casa, na Rua Diácomo Argemiro Correa Dias, no Bairro Kamel Saad. Os dois pistoleiros estavam em uma moto modelo Honda Biz.

Segundo a ocorrência policial, Einar seguia em um Kia Cerato branco e estava sendo seguido pelos matadores. Quando o carro parou em frente à casa onde o rapaz morava, o carona da moto disparou vários tiros de pistola 9 milímetros. Einar morreu na hora. Na vizinhança, não há câmeras.

O único testemunho coletado pela polícia foi que a dupla estava de moto e que seguia o carro de Einar a um quarteirão antes de ele parar na frente de casa.

A reportagem apurou que Einar Pinazo era filho de Bernardo Pinazo, 66, o “Tula”, conhecido bandido da fronteira e apontado como receptador de carretas roubadas. Os irmãos de Tula também eram ligados ao crime organizado.

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