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Interior

Suspeito de chacina, traficante é encontrado com namorada dentro de cela de luxo

Acompanhante de Faustino Román Aguayo Cabañas é filha do prefeito interino de Pedro Juan

Helio de Freitas, de Dourados | 14/10/2021 08:46
Faustino Aguayo e a namorada observam revista em cela, que mais parece suíte de hotel. (Foto: Divulgação)
Faustino Aguayo e a namorada observam revista em cela, que mais parece suíte de hotel. (Foto: Divulgação)

O narcotraficante Faustino Román Aguayo Cabañas foi flagrado hoje (14), com a namorada na cela onde cumpre pena, na Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (a 323 km de Campo Grande).

Os dois estavam em um “cela de luxo”, com TV, cama box e até armários embutidos. O flagra ocorreu durante operação da Polícia Nacional no presídio, em busca de pistas sobre a chacina de quatro pessoas – três delas brasileiras – na madrugada de sábado (9). Aguayo é suspeito de ligação com o ataque, que deixou entre as vítimas, a filha do atual governador de Amambay Ronald Acevedo, Haylee Carolina Acevedo Yunis, 21.

A curiosidade é que Mirna Keldryn Romero Lesme, 22, encontrada com o traficante, é filha do braço direito do prefeito reeleito de Pedro Juan Caballero José Carlos Acevedo, irmão de Ronal Acevedo e tio de Haylee Carolina.

O advogado Óscar Romero é chefe de Salubridade e Higiene da municipalidade e atualmente ocupa o cargo de prefeito interino. José Carlos Acevedo se licenciou para disputar a eleição de domingo (10). Ele foi reeleito.

Faustino Román Aguayo mantinha ainda três telefones celulares na cela de luxo. As buscas foram determinadas pelo Ministério Público à procura de evidências sobre os mandantes da chacina.

Além da filha do governador, morreram no ataque Osmar Vicente Álvarez Grance, o “Bebeto”, e as estudantes de medicina Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, 18, e Kaline Reinoso de Oliveira, 22, que morava em Dourados.

O comissário da Polícia Nacional César Silguero informou que o resultado das buscas na cela de Aguayo ainda serão divulgados, pois a vistoria no presídio continua.

Preso desde maio deste ano, Faustino Aguayo vive com mordomia no presídio Pedro Juan Caballero. O promotor Marcelo Pecci, que acompanha a operação, informou que o objetivo é encontrar evidências relacionadas à chacina, mas serviu para revelar o favorecimento ao preso. “Muito luxo mesmo, são pessoas que estão aproveitando todo o conforto”, disse Pecci à mídia do Paraguai sobre a cela do traficante.

Se entregou – Faustino Ramón Aguayo era quase desconhecido até 2019, quando a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) fez três grandes apreensões no âmbito da Operação Polaris, nas cidades de Sargento José Félix López (conhecida como Puentesiño) e Yby Yaú.

A investigação mostrou que Faustino Aguayo era o dono das quase três toneladas de maconha. Em setembro daquele ano, a Senad fez outra operação contra a estrutura do traficante e prendeu nove policiais paraguaios que blindavam o esquema.

No dia 27 de maio de 2021, Faustino Ramón Aguayo se entregou ao juiz Mirko Valinoti e levado para a Penitenciária de Pedro Juan Caballero.

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