Governador paraguaio acusa presidente e polícia pela criminalidade no país
Ronald Acevedo culpou o presidente Mário Abdo e polícia pela criminalidade no país, a "nova Sinaloa"
O governador de Amambay, Ronald Acevedo, fez duras críticas ao governo paraguaio no combate ao crime organizado, dizendo que não acredita na justiça dos homens para encontrar quem matou sua filha, Haylée Carolina Acevedo Yunis, 21 anos, fuzilada na manhã de sábado, em Pedro Juan Caballero.
“Estamos destroçados”, disse Acevedo, em entrevista a uma rádio paraguaia. “Essas duas meninas que estavam com minha filha, estudantes de Medicina, também vieram para novo sonho, encontraram a nova Colômbia, a nova Sinaloa [México], chamada Pedro Juan Caballero”, disse o governador, referindo-se ao cartel mexicano mais perigoso do mundo.
Haylée Carolina, a douradense Kaline Reinoso de Oliveira, 22, de Dourados, a mato-grossense Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, 18, foram fuziladas na manhã de sábado, em Pedro Juan Caballero, em carro. O alvo dos criminosos seria Osmar Vicente Álvarez Grance, o “Bebeto”, que teria ligação com o narcotráfico.
Segundo a polícia paraguaia, pelo menos, 110 tiros de fuzis calibres 7,62 e 5,56 foram disparados pelos três pistoleiros que desceram de uma Toyota Hilux prata. Seis brasileiros foram presos, suspeitos de envolvimento no crime.
Acevedo cobrou investigação e culpou o governo pelos índices de criminalidade no País. “Graças a este governo, que perdeu a vergonha, perdeu a credibilidade, perdeu tudo, graças a eles, estamos lamentando, não somente a morte da minha filha, como muitas mortes violentas em nosso departamento [Amambay]”. Segundo ele, foram mais de 1,5 mil assassinatos em período de dez anos.
O governador criticou duramente a Polícia Nacional, a fiscalização e as autoridades, dizendo que todos sabem quem são os criminosos que agem no País.
“Obrigado, Mario Abdo, obrigado a todos, pelo que fazem por Amambay, que protegem estes bandidos, esta gente não mata somente com armas, mas mata com drogas a nossos jovens”.
Na entrevista, Acevedo diz que tem apoio de sete embaixadas para buscar ajuda internacional na cobrança da vistoria. “Tenho apoio dos brasileiros, temos duas vítimas brasileiras”.
Disse que irá seguir na política até o fim do mandado, mas,em 2023, pretende ir embora. “E não quero deixar minha filha nesse país”. Por fim, convocou a população a participar de marcha em frente do Ministério Público e, depois, oração na Igreja Perpétuo Socorro.
Governador ainda fez apelo. “Pais, cuidem dos seus filhos antes que seja tarde; como pai, vítima de narcotraficantes e assassinos, não quero que passem pelo que estou passando”.