Suspeito de matar a mãe, jovem ajudou nas buscas
Matheus Gabriel, de 18 anos, foi preso na última quinta-feira, em Aquidauana
Matheus Gabriel Gonçalves dos Santos, de 18 anos, preso como principal suspeito pelo assassinato da mãe, a ciclista Marta Gouveia dos Santos, de 37 anos, chegou a participar das buscas depois do desaparecimento e ainda do passeio ciclístico em Nova Andradina, a 298 quilômetros de Campo Grande. Tudo para não levantar suspeita sobre ele.
Matheus Gabriel é filho de Marta do primeiro casamento. Ele foi preso na tarde de quinta-feira (03), no quartel de Aquidauana, onde fazia teste para uma vaga. Matheus esteve presente a todo tempo nas buscas por Marta e depois do corpo encontrado, pedia por Justiça.
Ele também participou da homenagem que ciclistas fizeram no último domingo (30). De motoneta, ficou longe de outros familiares no dia. Nas redes sociais, lamentou. “Luto pela minha mãe... Morreu hoje com 37 anos deixando eu e mais dois filhos o menor que vai fazer 2 anos e o outro de 11 anos, morrer assassinada e ainda nua com vários hematomas e agressões pelo corpo todo com toda roupa rasgada... O que esse ordinário fez com minha mãe. senhor... porque”... #luto” (sic).
Investigação - Desde o dia do crime, a Polícia Civil já investigava o suspeito, pelas atitudes durante os depoimentos. A confirmação veio após trabalho de inteligência e tecnologia dos investigadores da SIG (Seção de Investigações Gerais) sob coordenação do delegado Guilherme Scucuglia e da delegada Daniella Oliveira, da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher).
O aparelho celular dele foi um dos pontos chaves para a descoberta de conversas e localizações durante o crime e pós assassinato. Marta enviou no domingo (23), por volta das 5h45, mensagem para uma amiga dizendo que iria pedalar e tinha combinado de almoçar com ela naquele dia. Assim que a amiga acordou, por volta das 7h45, enviou mensagens para Marta, que não chegaram.
De acordo com o Jornal da Nova, a mulher estava há cerca de 15 dias sem pedalar e quem sabia que ela voltaria naquele domingo, seria o filho e a amiga, com quem confidenciava.
Como o aparelho celular de Marta foi levado pelo suspeito, a Polícia Civil pediu na Justiça a quebra de sigilo telefônico que foi deferido, a partir daí, foram horas de trabalhos investigativos para checar dados e locais por onde o aparelho passou, onde se chegou ao suspeito.
Assassinato - Marta estava desaparecida desde às 6h30 do dia 23 de janeiro, um domingo, quando saiu para pedalar e não voltou para casa. Familiares e amigos chegaram a compartilhar a foto da mulher nas redes socais e foram em busca de Marta nos locais onde ela sempre pedalava.
O corpo foi encontrado pelos amigos, por volta das 16h30, à margem do anel viário, que liga a rodovia MS-276 com a MS-134. Ela foi atingida por 30 perfurações, sendo 24 no pescoço e seis na região da cabeça, de acordo com a necrópsia no IML (Instituto Médico Legal).
Sinais no corpo de Marta indicam que há indícios de crime sexual, mas a mulher estava no período menstrual e isso pode prejudicar a perícia. A arma do crime não foi identificada, só se sabe que é um objeto cortante.