Suspeitos de matar PM em “vingança” do PCC têm prisões decretadas
Ministério Público reforça que apurações preliminares indicam reação de facção criminosa à atuação de policial; envolvidos já tinham sido presos anteriormente
A Justiça de Mato Grosso do Sul decretou a prisão preventiva dos quatro presos em flagrante pelo assassinato do policial militar Juciel Rocha Professor, em Maracaju –a 160 km de Campo Grande. Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), investigações preliminares confirmam a tese de que o crime ocorreu por vingança de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) pela atuação “firme e corajosa” do policial no enfrentamento ao crime organizado no município.
O corpo de Juciel foi sepultado nesta terça-feira (12), após velório na Câmara Municipal da cidade que reuniu cerca de 500 pessoas.
Segundo o MPMS, foram decretadas as prisões de Fabiano Alves Ferreira, Eduardo Rocha Cavanha, Patrique Cáceres do Carmo e Maicon Barbosa Belo. As apurações realizadas até aqui indicam que os presos já tinham condenação criminal anterior, sendo que um deles havia deixado a cadeia há 22 dias. Juntos, eles teriam tramado a morte de Juciel seguindo o modo de agir do PCC –associação com grupos criminosos locais por meio do oferecimento de pessoal e, em troca, recebem armas, drogas e o planejamento da ação.
“De fato, com um dos integrantes desse grupo criminoso foram encontradas munições, arma e drogas, sendo que o grupo agiu de modo coordenado e com divisão de tarefas na execução da morte do policial”, destacou a 1ª Promotoria de Justiça de Maracaju, em nota.
Caçada – Policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Bope (Batalhão de Operações Especiais) e da Polícia Civil atuaram juntos e, menos de 24 horas depois do crime, prenderam os quatro suspeitos. O crime envolveu cinco pessoas, sendo que uma delas foi morta em confronto com os policiais. Contudo, os delegados Amylcar Eduardo Paracatu Romero e Glaucia Fernanda Valério informaram que há a possibilidade de mais pessoas envolvidas no assassinato. As investigações continuam.
Durante a audiência de custódia, realizada na tarde de segunda-feira (11), o MPMS informou que nenhum dos presos alegou inocência ou se disse injustiçado. Em vez disso, pediram ao juiz que fossem levados para o Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, “reduto, sabidamente, da facção criminosa ‘PCC’”. O pedido depende da Covep (Coordenadoria das Varas de Execução Penal de Mato Grosso do Sul).
Diante da constatação dos antecedentes criminais dos quatro presos, o juiz Marco Antonio Montagnana Morais decretou a prisão preventiva e a continuidade da ação criminal.
Velório – Cerca de 500 pessoas, entre familiares, amigos e autoridades de Maracaju, acompanharam o sepultamento de Juciel Rocha Professor. O Maracaju Speed reportou que o corpo deixou a Câmara Municipal por volta das 15h, sendo levado pela guarnição do Corpo de Bombeiros em carro aberto. O sepultamento ocorreu uma hora depois.
A mãe da vítima, emocionada, pediu que fosse feita justiça e que os PMs redobrassem seu cuidado em Maracaju, para que o caso não se repetisse. Em homenagem ao colega de farda, a Guarnição da Polícia Militar fez as despedidas de salva de tiros.
Juciel estava em uma lanchonete na noite de domingo (10), acompanhado da namorada e de amigos, quando dois homens em uma motocicleta se aproximaram. O garupa, de capacete, desceu e rapidamente se dirigiu à vítima, alvejada com cinco tiros na cabeça. O policial estava de costas e não teve tempo de reagir.
Um dos suspeitos, que estava com a motocicleta usada na execução, morreu em confronto com policiais do Choque. O autor dos disparos se entregou à Polícia Civil horas depois do crime. O DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e a PM também ajudaram nas buscas.