Traficante paraguaio foi morto com pelo menos 37 disparos, aponta perícia
Morte de "Gringo" encerra mais um ciclo dos traficantes da velha guarda na fronteira com o Paraguai
Investigação da Polícia Nacional do Paraguai aponta que o traficante Clemencio González, 64 anos, conhecido como "Gringo", foi morto com pelo menos 37 disparos de arma de fogo na tarde deste domingo (5), em Pedro Juan Caballero, município fronteiriço com Ponta Porã, a 313 quilômetros de Campo Grande.
Segundo apurado pelo jornal ABC Color, a vítima recebeu 32 tiros de calibre 9 milímetros e cinco disparos de calibre 7,62. O promotor responsável pela averiguação não deu detalhes sólidos, mas disse que Gringo estava hospedado em um condomínio de quitinetes quando foi alvejado. "Ele estava sozinho em um cômodo quando os atiradores chegaram”.
Ainda de acordo com a mídia paraguaia, um Hyundai HB20 com placas de São Paulo (SP) foi encontrado em chamas a três quilômetros do local onde ocorreu o crime, uma estrada vicinal. O Ministério Público trabalha na hipótese de que o veículo teria sido utilizado pelos atiradores. Câmeras de segurança foram solicitadas a comércios próximos para dar sequência à investigação.
O comissário geral da Polícia de Amambay, Ignácio Muñoz, relatou que existem diversas teorias sobre o homicídio, e que aguarda pelo depoimento das testemunhas. Uma delas disse que era vizinha de Gringo e que ele havia se mudado há dos meses para a vila de quitinetes. "Recebia poucas visitas, pareciam parentes. Nada anormal", disse.
Gringo chegou a ser preso em 2021 em um condomínio de luxo como o traficante mais procurado do Paraguai, mas foi solto. "Gringo "atuava há pelo menos duas décadas na Linha Internacional e era acusado de vários crimes, entre os quais o sequestro e morte de Amado Felício Martinez, em 2004.
A polícia também o acusou de ter ameaçado mandar matar dez agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), que apreenderam meia tonelada de cocaína na fazenda dele em Pedro Juan Caballero, em dezembro de 2010. Ele foi encontrado com mais de 70 tiros de fuzil sentado em um sofá. O carro do homem foi encontrado pela polícia incendiado logo após o homicídio no Bairro Operário.
O filho de Gringo Gonzales, Charles González Coronel foi morto no ano passado aos 32 anos. O crime foi cometido por mais de quatro pistoleiros armados com fuzil e pistolas automáticas, que estavam em um caminhão Jeep branco.
Fontes da fronteira afirmam que ao lado do corpo do filho ainda caído no asfalto, “Gringo” teria jurado vingança. Testemunhas relatam que ele chegou a passar o sangue de Charles no peito, sinal de que iria se vingar a qualquer preço. Meses depois, em outubro de 2023, na mesma cidade, quatro homens foram assassinados com tiros na cabeça.
Eles foram identificados como Gabriel dos Santos Peralta, de 16 anos, Xilon Henrique Vieira da Silva, de 20, Luan Vinícius Cândia da Silva, de 17, e Jonas Wesley Morais Deterfam, de 18. A polícia suspeitava que os mortos poderiam ser os executores de Charles.
Xilon era de Marília e Jonas de Pompéia, ambas cidades do interior paulista. Luan era de Ponta Porã. Gabriel não portava documentos e foi identificado por investigadores da Polícia Civil.
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