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Interior

Um mês após incêndio com 6 mortes, sobrevivente muda de cidade

Caroline Maldonado | 02/06/2014 11:37
Na casa funcionava uma conveniência da sogra de Edson (Foto: A Gazeta News)
Na casa funcionava uma conveniência da sogra de Edson (Foto: A Gazeta News)

Um mês depois de perder a esposa e filhos em um incêndio, em Coronel Sapucaia, município a 400 km de Campo Grande, o mecânico Edson da Silva teve que deixar a cidade, com medo das constantes ameaças de morte. Logo após o incêndio, no dia 2 de maio, pessoas da vizinhança passaram a acusar Edson, que foi o único sobrevivente, porque não estava na casa, onde funcionava uma conveniência. A Polícia está investigando o caso para descobrir se o incêndio foi criminoso ou não.

Há duas semanas, Edson mudou-se para a casa da irmã Dilene da Silva, em Naviraí, a 184 quilômetros de Coronel Sapucaia. Ele afirma que não voltou a trabalhar, pois só vai conseguir retomar a rotina quando souber quem ou o que provocou o incêndio. “Eu só quero que seja feita justiça aí eu vou poder trabalhar e seguir com a vida. Eu não vou ficar em um lugar desse para morrer à toa, por conta de um crime que eu não cometi. Se eu pensar demais eu posso até entrar em depressão”, lamenta.

Dilene, a irmã que recebeu Edson em casa, conta que eles ainda está muito abatido e muitas vezes, passa parte do dia chorando. “Ele está abalado demais, só o tempo para amenizar isso”, diz ela, que também aguarda ansiosa uma resposta da polícia.

Ela afirma que não tem ideia do que ou quem pode ter provocado o incêndio. A tragédia matou os filhos de Edson; Sabrina, 4 anos e Stefani, de 10 meses; além do enteado Thiago, 10 anos, a esposa Vanussa dos Santos, 26 anos, o irmão dela, Alejandro dos Santos, 22 anos e a mãe deles, Rosângela dos Santos, 50 anos.

Irene da Silva, outra irmã de Edson, que vive em Coronel Sapucaia, e que o abrigou logo após a tragédia, acredita que não houve crime. “A instalação da casa era muito velha e como tinha a conveniência na casa, a sogra do meu irmão tinha dois freezers e uma câmara fria. Eu acho que teve um curto e pegou fogo em tudo”, afirma.

A Polícia Civil foi procurada várias vezes para falar do andamento das investigações, mas o delegado responsável, Leandro Costa de Lacerda Azevedo, não atendeu as ligações da equipe de reportagem. O MPE (Ministério Público Estadual) acompanha as investigações, mas na semana passada informou que não poderia fornecer dados, pois o inquérito está em sigilo.

Uma das linhas de investigação era a de que Alejandro, uma das vítimas, poderia ter provocado o incêndio, inconformado com o tratamento que recebia da família por ser homossexual. Ele teria deixado mensagens na internet de ameaça. Se o inquérito não for concluído hoje, deve ser pedida a prorrogação do prazo inicial de 30 dias à Justiça. 

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