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Interior

Polícia não tem prazo para liberar corpos de 6 vítimas de incêndio

Marta Ferreira | 02/05/2014 17:54
Incêndio mobilizou polícia, bombeiros e moradores de Coronel Sapucaia, nesta sexta-feira. (Foto Marizete Gomes)
Incêndio mobilizou polícia, bombeiros e moradores de Coronel Sapucaia, nesta sexta-feira. (Foto Marizete Gomes)

Não há previsão para liberação dos restos mortais das seis vítimas do incêndio que destruiu um imóvel onde funcionava uma conveniência e que também servia de moradia para uma família, em Coronel Sapucaia, localizada a 400 km de Campo Grande. Morreram carbonizados no local a dona do comércio, Rosângela dos Santos, de 50 anos, os filhos dela, Alejandro dos Santos, de 22 anos, e Vanussa dos Santos, de 26 anos, e os netos da comerciante, filhos de Vanussa, Thiago dos Santos, de 10 anos, Sabrina dos Santos, de 4 anos, e Stefani dos Santos, de 10 meses.

O delegado que cuida do caso, Leandro Costa de Lacerda Azevedo, informou que os restos mortais foram levados para o IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) em Ponta Porã, que fica a 150 km de Coronel Sapucaia, e que ainda é preciso avaliar a melhor forma de fazer a identificação física, em razão do estado em que os corpos ficaram. Nesses casos, pode ser necessário fazer a confirmação das identidades via exame de DNA, o que demora mais tempo.

Para o delegado, é arriscado fazer qualquer previsão agora. Segundo ele, o incêndio consumiu tudo que havia de documentos da família, o que torna a identificação ainda mais complicada. Ele disse que o prazo mínimo é de uma semana, mas pode superar esse tempo. Só depois da identificação, será feita a liberação dos restos mortais para os funerais.

Investigação – Quanto às causas do incêndio, o delegado informou que, do que foi apurado desde hoje cedo, a hipótese mais forte caminha para uma causa acidental do fogo, não relacionada a um curto-circuito. “Não tem relação com parte elétrica”, informou. Segundo ele, uma das suspeitas, que a perícia realizada no local vai tentar desvendar, é se algo pegou fogo na cozinha do lugar, por exemplo.

O delegado comentou, ainda, a hipótese de que tenha sido um incêndio criminoso, boato que tomou conta da cidade durante a manhã, principalmente depois da informação de que quatro das vítimas estavam num banheiro. Segundo ele, essa suspeita é a menos provável. “Não é o modus operandi de assaltantes. Eles não costumam agir dessa forma, nem no período da manhã".

O único morador da casa que não estava no local do incêndio, o genro da dona do comércio, Edson da Silva, 34 anos, informou ao Campo Grande News que o local já havia sido alvo de assaltantes por 7 vezes. Ele era casado com Vanussa, filha da comerciante, com quem teve dois filhos.

Além de aguardar as informações da perícia realizada, o delegado pretende ouvir, a partir de hoje, as testemunhas do incêndio, começando pelos familiares e pelas pessoas que primeiro chegaram ao local. Leandro Costa de Lacerda Azevedo é delegado-adjunto em Amambai, que fica a 45 quilômetros de Coronel Sapucaia, que está sem delegado da Polícia Civil há 15 dias.

Ele está na Corporação há um mês, quando uma nova turma de delegados aprovados em concurso assumiu. O caso de hoje é o mais grave até agora. Antes, segundo informou, tinha feito basicamente registros de tráfico de drogas, crime que é bastante comum na região, fronteiriça ao Paraguai.

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