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Interior

Vereador de MS é flagrado com cigarro contrabandeado, mas fica solto

Apreensão ocorreu na noite de segunda-feira na MS-145; Alexssandro Nogueira é vereador em Angélica

Helio de Freitas, de Dourados | 02/08/2023 17:36
O vereador Alexssandro Ferreira Nogueira durante sessão da Câmara de Angélica (Foto: Divulgação)
O vereador Alexssandro Ferreira Nogueira durante sessão da Câmara de Angélica (Foto: Divulgação)

O vereador do município de Angélica, Alexssandro Ferreira Nogueira (PSDB), foi flagrado com 210 pacotes de cigarro contrabandeado do Paraguai. A apreensão, feita por policiais militares rodoviários, ocorreu na noite de segunda-feira (31) na MS-145, no município de Deodápolis.

Apesar do flagrante, “Alex Rodinha”, como o político é mais conhecido, não ficou preso e apenas o produto ilegal foi apreendido. Conforme o artigo 334 do Código Penal, o crime de contrabando prevê pena de um a quatro anos de reclusão. A orientação para que o dono da carga fosse liberado partiu da Polícia Federal. Já a carga de cigarro foi entregue à Receita Federal.

De acordo com o boletim de ocorrência, Alexssandro Nogueira, 38, conduzia um GM Cruze branco e viajava na companhia da mulher, de 32 anos de idade. Ela tem uma pequena loja no distrito de Ipezal, reduto eleitoral do vereador.

Após verificarem os documentos de porte obrigatórios, os policiais pediram que o condutor abrisse o porta-malas para que pudessem conferir o estepe. Nesse momento, Alexssandro informou que estava transportando cigarro contrabandeado.

Os PMs contaram 150 pacotes da marca Eitgh e 60 da marca Fox, as duas fabricadas em território paraguaio e de comércio proibido no Brasil. Ainda segundo a ocorrência, a equipe fez contato com a PF e teria sido orientada por dois agentes para encaminhar a mercadoria para a Receita Federal. Diante disso, o motorista e veículo foram liberados e apreendida apenas a carga.

Pacotes de cigarro paraguaio encontrados em carro de vereador (Foto: Direto das Ruas)
Pacotes de cigarro paraguaio encontrados em carro de vereador (Foto: Direto das Ruas)

Outro lado – O Campo Grande News procurou o vereador Alexssandro Ferreira Nogueira, mas ele ainda não se manifestou sobre o caso.

Em vídeo postado na sua conta no Facebook, ele confessou que transportava contrabando, mas disse que eram apenas alguns pacotes e negou ser a quantidade informada na ocorrência. A mensagem foi, segundo ele, resposta aos amigos que gostam dele.

“Na segunda-feira fui em Dourados buscar o bico injetor do meu caminhão que deu problema, na volta passei na Rodoviária e trouxe um pouquinho de cigarro, mas já colocaram que eu fui preso com 200 maços de cigarro”, disse ele. Na verdade, a carga encontrada no carro do vereador tinha 2.100 maços (10 maços por pacote).

O vereador disse que o cigarro – “muito pouca mercadoria” – seria revendido na loja da mulher ele em Ipezal. “Todo mundo sabe que minha mulher tem a loja que vende roupas, vende eletrônicos e de vez em quando vende cigarro. Aí saiu essa notícia, para me prejudicar politicamente”, afirmou ele.

Alexssandro disse que estava deitado quando ficou sabendo da informação sobre sua suposta prisão. “Nunca fui preso por ninguém, não tenho passagem por polícia nenhuma. Fui abordado, mas não assinei documento nenhum de apreensão de mercadoria”.

O vereador ainda tratou a divulgação do caso como “maldade” e disse que o caso se trata de assunto da vida pessoal. “Todo mundo tem seu comércio, se você for em todos os comércios da nossa região, todo mundo vende cigarro. Por eu ser vereador, sou tratado diferente, já aumentam falando que fui preso, que foram 200 pacotes de cigarro”.

Em nota ao Campo Grande News, o Batalhão Militar Rodoviário informou que segue a portaria da PMMS, nº 047/2020-PM3, de 25/05/2020, que instituiu o POP (Procedimento Operacional Padrão) para essas ocorrências.

“Fica estabelecido que a equipe policial fará contato com a DPF da região, verificando se será lavrado o flagrante em desfavor do autor, ou apenas será o ilícito encaminhado à Receita Federal, sendo que entendimento do MPF e da PF considera que abaixo de 250 pacotes, por ser de quantidade pequena, deve-se apenas aprender a carga ilícita, encaminhando à Receita Federal, liberando o autor”, informa a nota.

Entretanto, a PMR explica que, apesar de o autor ser liberado na ocorrência, ainda responderá criminalmente por contrabando, sendo o inquérito instaurado posteriormente pela Polícia Federal. A reportagem também procurou a Superintendência da PF, mas ainda não recebeu resposta. Em caso de manifestação, essa reportagem será atualizada.

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